Na segunda volta das presidenciais francesas confrontam-se dois programas económicos e sociais totalmente opostos.
Na segunda volta das presidenciais francesas confrontam-se dois programas económicos e sociais totalmente opostos.
O candidato do movimento “En Marche!”, Emmanuel Macron defende a prudência orçamental, a liberalização da economia, o reforço da integração europeia e vê na mundialização uma oportunidade.
Já Marine Le Pen, a líder da Frente Nacional, promete aumentar a despesa, proteger a economia francesa, sair da União Europeia e abandonar o euro.
O Programa da Frente Nacional
O regresso ao franco é um velho combate de Marine Le Pen, pois esta estima que a moeda única é a responsável pela queda do poder de compra das famílias e da competitividade das empresas francesas.
Já em 2011, a líder da extrema-direita gaulesa afirmava: “O euro morreu. Ele falhou o teste. Não é viável. É assim. Não é dramático. Só temos de o aceitar”.
Para lá do regresso à reforma aos 60 anos, a Frente Nacional defende o aumento da despesa pública e, por conseguinte, do défice. O programa evoca um défice de 4,5% em 2018.
O partido populista deseja aplicar impostos suplementares de 10% aos trabalhadores estrangeiros e taxas aduaneiras de 3% às importações. Uma política protecionista que, adianta, irá impulsionar o crescimento económico.
O patronato francês, o Medef, descreve o programa económico de Le Pen como uma catástrofe e, no rescaldo da primeira volta, apela ao voto em Emmanuel Macron.
O programa de “En Marche!”
O candidato centrista do movimento “En Marche!“defende tratados comerciais como o CETA (tratado de livre comércio entre UE e Canadá), é a favor do reforço da integração europeia e de uma transformação da economia francesa, graças à inovação.
Em fevereiro passado, Macron proclamava: “Vamos proteger os indivíduos, mas temos de ser um país de liberdade para a inovação e a criação, porque faz parte do nosso ADN”.
Emmanuel Macron pretende respeitar um défice de 3% do PIB, fixado no Pacto de Estabilidade. O programa inclui também a redução da despesa pública em 60 mil milhões de euros até ao fim do mandato. Ao mesmo tempo, Macron quer investir 50 mil milhões de euros, reduzir a carga fiscal para as empresas, alargar os direitos ao subsídio de desemprego e simplificar a lei do trabalho.
Na passagem pelo governo, enquanto Ministro da Economia, Emmanuel Macron impôs modificações ao código do trabalho e liberalizou alguns setores e profissões. Mas a lei Macron foi aprovada de forma polémica e no meio de muita contestação social.