O governo autonómico da Catalunha volta a desafiar Madrid com a convocação de um segundo referendo à independência para o dia 1 de Outubro. O anúncio foi feito pelo presidente da “Generalitat” catalã, Carles Puigdemont, que defendeu, “o direito legítimo à autodeterminação de uma nação milenar como a Catalunha”.
“A resposta dos nossos concidadãos, na forma de um SIM ou de um NÃO será um mandato para este governo comprometido com a implementação do resultado final. Cabe aos catalães e às catalãs decidir o seu futuro”, afirmou Puigmont, durante um discurso em Barcelona.
A consulta popular é considerada ilegal pelo governo central que voltou a ameaçar recorrer ao tribunal Constitucional para travar o referendo e mesmo destituir o presidente catalão por desobediência.
O porta-voz do executivo, Iñigo Méndez de Vigo, rejeitou o que considera ser “uma encenação”:
“A resolução do Tribunal Constitucional de Fevereiro de 2017 estabelece de forma detalhada que qualquer ato preparatório assinado pelo governo catalão ou por qualquer outra instituição catalã é um ato contrário à lei e terá as devidas consequências legais”.
O governo catalão prepara, no entanto, uma nova lei regional que permitiria a possibilidade de convocar um referendo e separar-se de Espanha, um “golpe de Estado”, segundo Madrid.
As últimas sondagens indicam que 44,3% dos catalães estariam a favor da independência, contra 48,5% a favor da permanência em Espanha.
No referendo de 2014, igualmente considerado ilegal por Madrid e que custou dois anos de inegibilidade ao ex-presidente da região, Artur Mas, oito em cada dez eleitores tinham votado a favor da separação de Espanha, quando apenas um terço do eleitorado participou no escrutínio.