Cuba acusa Trump de "retórica hostil" com cubanos de Miami divididos

O governo de Cuba acusa o Presidente dos Estados unidos de “retórica hostil” e critica a decisão de Donald Trump em reverter os avanços do último ano na reaproximação entre os dois países. Em dezembro de 2014, o anterior chefe da Casa Branca, Barack Obama, e o Presidente da República cubana promoveram um reatamento de relações diplomáticas qe levou incluisive à abertura da primeira embaixada norte-americana em Havana em cerca de 60 anos.
Na sexta-feira, o novo líder dos Estados Unidos cumpriu a promessa de reverter a abertura da porta por Obama à economia cubana.
Em comunicado divulgado pela televisão estatal horas depois, o governo cubano denunciou “as novas medidas de endurecimento do bloqueio a Cuba” e garantiu que estas propostas de Donald Trump “estão destinadas ao fracasso”.
“Esta posição de Trump não vai enfraquecer a revolução nem vai vergar o povo cubano”, leu o apresentador televisivo Rafael Serrano, em nome do governo liderado por Raúl Castro.
O governo cubano manifestou, no entanto, abertura para “manter o diálogo respeitoso e a cooperação em temas de interesse mútuo” com os Estados Unidos.
Em Miami, onde Trump anunciou a reversão parcial do levantamento do embargo negociado por Obama, ouviram-se críticas ao retorno parcial do embargo à ilha caribenha. “Agora vamos ter americanos a ter de alinhar com as organizações patrocinadas pelos Estados Unidos que vão fazer negócios com as indústrias turísticas apoiadas pelos militares. A quem é que esta política vai ajudar?”, questiona Juan Cuba.
Mesta cidade da Florida, onde reside a maior comunidade cubana nos Estados Unidos (muitos exilados após fugir do regime anteriormente liderado por Fidel Castro), também se ouviram vozes latinas a favor das medidas anunciadas. “Trump vai impor o embargo. O embargo nunca foi imposto por isso isto é um começo. É, pelo menos, um início ele ter pedido para se impor o embargo”, disse Laura Vianello.
As novas medidas de Trump repõem, entre várias coisas, restrições nas viagens turísticas a Cuba e nos negócios que não tenham efeitos diretos no povo cubano.
Donald Trump endurece relações com Cuba https://t.co/VYdv8vXkjmpic.twitter.com/ZuDCUh9o1E
— euronews Português (@euronewspt) 17 de junho de 2017
O secretário-geral da ONU, o português António Guteres reiterou, entretanto, a importância das boas relações entre Washington e Havana.
“O reatamento das relações diplomáticas em julho de 2015 entre Cuba e os EUA criou oportunidades para as pessoas dos dois países”, disse o porta-voz de António Guterres, Farhan Haq, citado pela agência EFE.
Haq disse que a ONU “espera que Cuba e EUA aprofundem o atual diálogo e promovam boas relações de vizinhança”.
“Dando cumprimento aos princípios da Carta Fundacional, apoiamos os esforços para promover relações harmoniosos entre os Estados”, recordou o porta-voz.
Ambassador
nikkihaley</a>: "The people of <a href="https://twitter.com/hashtag/Cuba?src=hash">#Cuba</a> will have freedom one day. This announcement is about helping that day arrive sooner." <a href="https://t.co/jFEntVRJP4">pic.twitter.com/jFEntVRJP4</a></p>— US Mission to the UN (
USUN) 16 de junho de 2017
De Cuba a Paris: Seis políticas de Obama que Trump reverteu https://t.co/iN0UO0NTtjpic.twitter.com/gDSlrgmxhc
— BBC Brasil (@bbcbrasil) 17 de junho de 2017