UE analisa licença do glifosato, debaixo da pressão dos ativistas

UE analisa licença do glifosato, debaixo da pressão dos ativistas
De  Isabel Marques da Silva com LUSA, EFE
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Um grupo de peritos convocados pela Comissão Europeia analisa, esta semana, se vai renovar a licença do glifosato, o herbicida mais usado no mundo para matar ervas daminhas, produzido pela multinacional norte-americana Monsanto.

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Um grupo de peritos convocados pela Comissão Europeia analisa, esta semana, se vai renovar a licença do glifosato, o herbicida mais usado no mundo para matar ervas daninhas, produzido pela multinacional norte-americana Monsanto.

Na véspera, ativistas da organização não-governamental Avaaz, que coordenaram uma petição contra o porduto, convidaram vítimas de cancro, alegadamente causado pelo produto, para falarem à imprensa, em Bruxelas.

“As pessoas têm acesso a fotografias graficamente muito fortes sobre o que o tabagismo pode provocar. Depois cabe às pessoas decidirem se fumam ou não. Recebem avisos sobe o que lhe pode acontecer. O problema com a Monsanto é o que nunca nos disse nada. O meu filho começou a ter um problema grave no osso de uma perna. Já lhe fizeram muitos testes, mas ainda não sabem o que é que está a causar essa forte dor no osso. Começo a pensar, meu Deus …”, disse, à euronews, o agricultor norte-americano John Barton.

New York Times: Monsanto’s Roundup Faces European Politics and U.S. Lawsuits: https://t.co/Qu8wmeWpN4 #StopGlyphosate #glyphosate JunckerEU— Avaaz (Avaaz) October 4, 2017

A Organização Mundial de Saúde considera o glifosato “potencialmente cancerígeno”, mas outras agências não têm a mesma visão.

A Monsanto viu a sua credibilidade abalada com a divulgação de emails internos que revelavam alegadas más práticas científicas.

“A coisa mais perturbadora que vi foi como os funcionários da Monsanto se gabavam de conseguir enganar as pessoas. Os cientistas da Monsanto que fizeram as avaliações pediam uma espécie de compensação por estarem a fazer um excelente trabalho. E nessas avaliações de desempenho do produto existe material que foi escrito por pessoas não identificadas. Estamos a falar de pressão sobre publicações científicas, da rejeição de revisão por pares, de manipulação científica”, explicou Brent Wisner, advogado de cidadãos que recorreram aos tribunais.

A 11 de outubro, o Parlamento Europeu realiza uma audição sobre o tema, tendo convidado a Monsanto, mas esta recusou e alega que é alvo de uma campanha de descredibilização.

A empresa também não respondeu às tentativas de contacto por parte da Euronews.

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