Juncker, Selmayr e os jogos de poder no seio da Comissão

Martin Selmayr e Jean-Claude Juncker
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A nomeação de Martin Selmayr para o cargo de secretário-geral da Comissão Europeia está a gerar algum desconforto em Bruxelas.

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A nomeação na quarta-feira passada do alemão Martin Selmayr para o cargo de secretário-geral da Comissão Europeia causou ondas de choque em várias capitais europeias.

Os dedos acusatórios estão apontados ao presidente da comissão.

Jean-Claude Juncker é acusado de ter ignorado as regras de transparência a fim de colocar alguém da sua confiança no cargo mais importante da Comissão.

O problema veio a público esta segunda-feira em plena sala de imprensa da Comissão através de um confronto verbal entre o jornalista francês do diário Libération, Jean Quatremer, e o porta-voz da comissão europeia, Alexander Winterstein.

"Queremos saber as datas, a lista final, quem foram os candidatos e porque foram afastados", pergunta o jornalista francês.

"Bem, depois desse discurso digno de Robespierre..." responde Winterstein.

"Não aceito o termo Robespierre, quero apenas clareza entre nós", atira Quatremer.

O porta-voz da comissão termina dizendo que tal já aconteceu no passado, que é normal na comissão fazerem-se transferências entre os diretores-gerais adjuntos, tal estaria previsto nas regras, responde o porta-voz.

No centro da questão está o afastamento do atual secretário-geral da Comissão, o holandês Alexander Italianer que já havia anunciado a sua partida depois de três anos no cargo.

Antes de poder ocupar o cargo de secretário-geral, Selmayr deveria ter passado pela etapa de secretário-geral adjunto. Assim,  na quarta-feira passada, Selmayr teria sido promovido a secretário-geral adjunto; instantes depois o antigo detentor do cargo demitia-se, para logo de seguida ser substituído por Selmayr entretanto promovido de secretário-geral adjunto a secretário-geral. Duas promoções no espaço de alguns minutos.

Está assim instalada a polémica no seio da Comissão Europeia. Jean-Claude Juncker é acusado de ter violado as regras internas de promoção para colocar um dos seus homens de confiança no seio da comissão europeia prolongando para além de outubro de 2019 a sua influência nos destinos da Europa.

João Ferreira

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