O chefe do governo espanhol garantiu que apesar dos últimos desenvolvimentos a ETA não sairá impune.
O fim de mais de cinquenta anos de terror da ETA passou por Cambo-les-Bains, localidade do País Basco francês que esta sexta-feira recebeu uma conferência internacional com vários mediadores que participaram no processo de negociações rumo à paz. Irati Agorria Cueva, oriunda de Gernika, foi a escolhida para dar voz à juventude basca:
"Há feridas profundas que permanecem. Famílias e comunidades divididas. São necessários mais esforços para reconhecer e dar assistência a todas as vítimas. Isto exige que todas as partes envolvidas sejam honestas com o passado e tenham um espírito generoso para curar as feridas e reconstruir a comunidade", adiantou Agorria Cueva.
Para Mariano Rajoy, apesar da paz, o processo ainda não chegou ao fim:
"Os crimes da ETA vão continuar a ser investigados, os seus delitos continuarão a ser julgados e se necessário condenados. As sentenças vão continuar a ser cumpridas. Não houve nem haverá impunidade", afirmou o chefe do governo espanhol.
Podemos dizer categoricamente que a democracia espanhola derrotou a ETA. Esta vitória pertence a todos nós, aos democratas espanhóis, aos nossos vizinhos franceses e a todo o resto da União Europeia que nos ajudou nesta batalha."
O fim da ETA estava escrito desde 2011, quando a organização independentista basca tinha anunciado o fim do recurso à luta armada. Para trás ficaram mais de cinco décadas de terror, que provocaram mais de oitocentos mortos.