Dupla condenação do antigo diretor-executivo é apenas o mais recente episódio de um escândalo de custos milionários
A dupla acusação nos Estados Unidos, por conspiração e fraude eletrónica, contra o antigo diretor executivo (CEO) da Volkswagen, Martin Winterkorn, é apenas o mais recente episódio do chamado "Dieselgate", o esquema utilizado pela fabricante alemã para ludibriar os testes de gases poluentes no mercado americano e denunciado em setembro de 2015.
Atual membro da direção de supervisão do clube desportivo Bayern de Munique, Winterkorn, de 70 anos, demitiu-se da Volkswagen dias após o escândalo das amissões poluentes ter sido tornado público.
A caminho dos três anos sobre o início do "dieselgate", o grupo automóvel alemão aceitou pagar mais de 25 mil milhões de euros pela fraude das emissões de gases nos carros a gasóleo, incluindo um programa de recompra de veículos que a empresa foi obrigada a colocar em marcha.
A empresa ofereceu-se para recomprar cerca de meio milhão de carros. Até junho do próximo ano, a Volkswagen tem de recomprar ou corrigir 85 por cento dos veículos afetados senão terá de enfrentar multas ainda mais pesadas pelas emissões poluentes.
A 31 de dezembro, uma nota no tribunal revelava que a Volkswagen já havia readquirido à altura 335 mil veículos a gasóleo vendidos no mercado americano, já teria revendido 13 mil e destruído cerca de 28 mil.
Em meados de fevereiro, os carros recuperados pela empresa ascendiam a cerca de 350 mil, com um custo a rondar os 6,2 mil milhões de euros.
A empresa teria ainda sob custódia cerca de 300 mil carros, distribuídos por cerca de 37 mil depósitos em diversas partes dos Estados Unidos, incluindo estádios abandonados e fábricas de papel.
A empresa garante já ter reparado cerca de 83 por centos dos carros afetados e espera atingir em breve a quota exigida exigida.