Cineastas querem um maior investimento da União Europeia na Sétima Arte. Europa aumenta orçamento, mas abre as portas a outros atores do setor.
O Festival de Cinema de Cannes serve também para marcar posições. Desta vez, cineastas, distribuidores e organizações cinematográficas europeias, numa carta aberta, decidiram apelar à União Europeia para que faça mais pelo cinema do velho continente. O bloco europeu apoia a sétima arte através do programa Europa Criativa (subprograma MEDIA) e o apelo dos profissionais do setor não caiu em saco roto:
"Propomos um aumento do programa em 30%, muito devido à mobilização de realizadores, atores, e gostaria de agradecer-lhes. Também gostaria de chamar a atenção para o fato de o processo não estar concluído. Hoje conseguimos fazê-lo num contexto extremamente difícil, o do Brexit. Num contexto onde existem prioridades como a migração, a segurança. Concordamos todos que devemos ter os meios necessários para agir a nível europeu. E para mim, a cultura, o audiovisual fazem parte dessas prioridades", explica Mariya Gabriel, Comissária Europeia para a Economia Digital e Sociedade.
Prioridades que passam por um alargar de horizontes. A União Europeia está a finalizar uma nova lei que estabelece quotas para outro tipo de atores do setor:
"Hoje, queremos dar, claramente, mais visibilidade às obras europeias e, ao mesmo tempo, dizer que isso não diz respeito apenas aos operadores tradicionais - a televisão, como a conhecemos -, mas também ao "Video On Demand". Pensamos que é preciso que as condições sejam iguais para todos e estamos a trabalhar para isso", explica a mesma responsável.