Starbucks inicia em Milão projeto de conquista da Itália

Na mesma semana em que um documentário questiona as práticas de otimização fiscal e a pressão exercida pela Starbucks nos seus empregados, o gigante norte-americano do café em todas as suas formas lança-se num projeto ambicioso: a conquista da Itália, quarto consumidor mundial de café e um país onde o expresso e ristretto são instituições do quotidiano.
A Starbucks abre esta sexta-feira, num edifício histórico perto do Duomo, em Milão, o primeiro estabelecimento em território italiano, com olhos postos nas possibilidades de expansão num mercado com grande potencial.
Mas com as suas mil e uma variações e bebidas derivadas de café e um expresso com um preço quase ao dobro do que estão habituados os italianos, nem todos parecem convencidos.
"Já experimentei Starbucks e continuo com o italiano", diz a cliente de um Caffè Napoli, uma cadeia local.
Um empregado do mesmo estabelecimento afirma: "Talvez os estrangeiros gostem do Starbucks, mas em Itália o café clássico ganha sempre".
Outro residente de Milão diz: "Fico feliz, porque já viajei bastante à volta do Mundo e devo dizer que o Starbucks é prático."
A inauguração em Milão ocorre três dias depois do canal franco-alemão Arte ter divulgado um documentário que questiona as práticas usadas pela empresa, com um volume de negócios de 18 mil milhões de dólares, para escapar a pagar impostos em vários países europeus.
Em França, onde está implantada há 14 anos e onde fez, no ano passado, 96 milhões de euros, a Starbucks não pagou até hoje nem um euro em impostos. Em Portugal existem duas dezenas de estabelecimentos da cadeia norte-americana.