Estado da União: A cimeira europeia sobre o Brexit e a linguagem corporal

Theresa May na cimeira europeia em Bruxelas.
Não houve amor de nenhum dos lados.
Um beijo foi apenas um beijo. E não foi com certeza um acordo sobre o Brexit.
O Presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani mantém a esperança num entendimento.
"Quero ser otimista, mas ontem durante o discurso da Senhora May não houve nenhuma proposta nova, mas a sua linguagem corporal foi no sentido de um trabalho positivo"
E é assim que estamos hoje, num ponto em que até a linguagem corporal é observada de perto numa procura desesperada por progressos.
Olá e bem-vindo ao Estado da União, a partir de Bruxelas.
Mais de dois anos depois do referendo sobre o Brexit, parece que ainda estamos na estaca zero.
A cimeira ao mais alto nível em Bruxelas era suposto ter desbloqueado o impasse nas negociações, mas em vez disso, a única coisa que todos partilharam foi desilusão.
Ou, como disse a chanceler alemã, Angela Merkel: Não estou nem otimista nem pessimista.
E sem acordo sobre o Brexit, estamos a deslizar para uma situação que ninguém quer e que todos temem que seja de um potencial desastre.
Agora que já percebemos o poder da linguagem corporal, aqui está algo que provocou muita discussão nas redes sociais esta semana.
O personagem principal é o Secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo que se reuniu com o principe saudita, em Riade, para saber a verdade sobre o horrível caso do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Kashoggi.
Pompeo está a rir-se e aparentemente a passar um tempo agradável.
Não parece que Washington esteja a pressionar muito a Arábia Saudita para obter respostas sobre este caso.
E a questão é simples: Kashoggi entrou no consulado e nunca de lá saiu. Onde está ele?
No entanto, a administração Trump parece mais interessada em dar cobertura aos sauditas que em descobrir a verdade.
E porquê? Talvez porque Trump tem negócios com os sauditas, apesar de ele o ter negado esta semana.
Algo estranho, já que durante a campanha presidencial, Trump até se vangloriou disso.
"A Arábia Saudita e eu damo-nos muito bem. Eles compram-me apartamentos, gastam 40, 50 milhões de dólares, é suposto não gostar deles? Gosto muito deles"
40, 50 milhões, a quem é que isso importa? O facto é que Trump tem uma longa história empresarial de negócios com os sauditas que começou muito antes de se tornar Presidente.
Que passou por vender-lhes o iate numa altura em que não tinha dinheiro, ou mais recentemente quando os sauditas jantaram no seu hotel ou apoiaram a atividade política da sua filha.
Mas, relembro, Trump diz que não tem interesses financeiros com a Arábia Saudita.
E agora mudamos para algo que nada tem a ver com Trump: interferências nas campanhas eleitorais.
Podem ser os russos, podem ser os chineses, pode não ser ninguém.
Numa conferência em Bruxelas, os peritos debateram o próximo nível de manipulação da informação. Chamam-lhe "Deep fake".
E agora vamos conhecer a agenda da próxima semana:
Na segunda-feira, os ministros do ambiente de todo o mundo reúnem-se na Polónia para preparar a próxima Cimeira do Clima das Nações Unidas.
Na quarta, o presidente da Apple, Tim Cook, faz um discurso em Bruxelas na Conferência Europeia de protecção de dados.
E na quinta, os ministros do comércio juntam-se em Ottawa, no Canadá, para debater a reforma da Organização Mundial do Comércio.
Antes de terminarmos, quero regressar à cimeira da União Europeia, mais concretamente às pequenas caravanas que transportam os participantes.
Imaginam um chefe de estado sentar-se ao volante e conduzir a limusina? Ou dar boleia a um colega Presidente?
Bem, só vejo um capaz de o fazer, Vladimir Putin.
E aqui o vemos, a dar boleia ao presidente egipcio Al-Sisi no circuito de fórmula um de Sochi.
Depois de terminarem as conversas, Putin resolveu pegar na limusina à prova de bala e testar-lhe os limites de velocidade na pista, a um ponto que até os seguranças ficaram nervosos em acompanhá-lo.
Só mesmo na Rússia...
E é tudo por hoje. Obrigado por nos ver e tenha uma semana a todo o gás!