Jornal Washington Post, para o qual colaborava Jamal Khashoggi, diz que o jornalista assassinado no consulado saudita em Istambul foi descrito pelo príncipe herdeiro como um "perigoso islamista". Riade nega
É a mais recente polémica no já bastante controverso caso do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul.
O jornal Washington Post, com o qual colaborava Khashoggi, diz que o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, descreveu o jornalista como um "perigoso islamista" numa conversa telefónica com o genro de Donald Trump, Jared Kushner, e com o conselheiro em segurança nacional do presidente norte-americano, John Bolton. Uma descrição "ridícula", segundo a família de Khashoggi.
Netanyahu reage
Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reagiu pela primeira vez de forma pública ao assassinato, condenando o crime.
Netanyahu disse que "o que aconteceu no consulado em Istambul foi horrível", mas frisou que para Telavive a prioridade é manter "a estabilidade da Arábia Saudita" e, sobretudo, a cooperação com Riade contra o "problema maior" que representa o Irão.
Apesar de ter reconhecido "a existência de telefonemas de rotina" entre o príncipe herdeiro e altos responsáveis norte-americanos, Riade negou que Salman tenha descrito Khashoggi como indica o Washington Post.
Cadáver dissolvido?
Quando se assinala um mês da morte de Khashoggi, um conselheiro do presidente turco disse ao jornal Hürriyet que os responsáveis pelo assassinato usaram uma substância química para "dissolver" o corpo do jornalista saudita, com o intuito de o fazer desaparecer.