Europeus "apanhados" na malha da pena de morte
Os europeus ainda correm o risco de serem executados se se virem presos mas malhas do sistema judicial num país como pena capital, tal como os EUA.
O empresário espanhol Joaquín Martínez passou três anos no corredor da morte, numa prisão do estado da Flórida, devido a um erro judicial. Reconquistou a liberdade mas o trauma é grande.
“Não basta ser inocente, é preciso ter uma boa equipa de advogados, dinheiro suficiente para os recursos, o interesse da imprensa e o apoio de várias instituições. O que realmente mudou na minha perceção sobre a pena de morte foi ver os rostos não só de quem estava no corredor da morte, mas também os rostos das suas famílias, que são também vítimas e de quem nunca se fala", disse, à euronews.
Os EUA, bem como a China, estão entre os 52 países que aplicam a pena de morte. Uma minoria de nações, mas onde vive 60% da população mundial.
No 7º Congresso Mundial contra a Pena de Morte, em Bruxelas, alguns eurodeputados defenderam condicionar a ajuda ao desenvolvimento à abolição da pena de morte em países parceiros tais como os abrangidos pelo Acordo de Cotonu (África, Pacífico e Caraíbas).
"Penso que esse condicionamento de ser feito em qualquer caso, mas o acordo de Cotonu não é de todo favorável aos países com os quais foi assinado. Compreendo que haja governos hesitantes em impor condições adicionais", disse, à euronews, Klaus Buchner, eurodeputado ecologista alemão, membro da comissão parlamentar de Direitos Humanos.
Dados da Amnistia Internacional, sobre 201, revelam que a pena de morte foi aplicada de facto a 993 pessoas, mas as cifras reais não são conhecidas em muitos países de regime autoritário.