Bruxelas admite adiar "brexit" mas só com uma boa justificação

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De  Francisco Marques
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Negociador-chefe da União Europeia receia que aceder à esperada pretensão de Theresa May seja apenas um prolongar da incerteza sem garantias de acordo

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O negociador-chefe da União Europeia para o "brexit," o francês Michel Barnier, avisou a primeira-ministra britânica Theresa May de que uma extensão da aplicação do artigo 50° do Tratado de Lisboa só deverá ser aceite em Bruxelas se Theresa May apresentar uma boa razão para adiar a saída do Reino Unido da União Europeia prevista para 29 de março.

O pedido de adiamento deverá ser apresentado a Bruxelas nas próximas horas para ser discutido e votado entre os restantes 27 Estados-membros na quinta-feira, no arranque de um Conselho Europeu de dois dias, em que o ponto único da primeira jornada será o "brexit."

"Estamos à espera do que a senhora May nos vai pedir. Se é uma extensão longa, se é uma extensão curta, mas sobretudo qual é a razão porque ela a irá pedir. Não vou antecipar a resposta dos líderes europeus. Existem várias fórmulas, já as conhecem bem. Os líderes europeus decidirão a resposta a dar em função do exato pedido a ser feito pela senhora May e da justificação dada para essa extensão", antecipou Barnier, para quem "uma extensão será um prolongamento da incerteza."

Ao mesmo tempo que decorria a reunião do Conselho de Assuntos Gerais da União Europeia, o presidente do Conselho Europeu reuniu-se em Dublin com o primeiro-ministro irlandês.

Donald Tusk reforçou a solidariedade europeia com a Irlanda e, ao lado de Leo Varadkar, disse estar à espera de conhecer a nova proposta do governo britânico. Tal como Anglea Merkel na Alemanha.

Numa conferência em Berlim, a chanceler alemã prometeu "lutar até ao último minuto do dia 29 de março por um 'brexit' regulado."

"Não temos muito tempo para isso, mas ainda temos alguns dias. Neste momento, sinto-me incapaz de especular inclusive sobre a decisão que terei de tomar na quinta-feira porque tudo vai depender do que Theresa May nos apresentar", afirmou Merkel.

O Conselho Europeu arranca quinta-feira à tarde com um ponto único na agenda: o "brexit". O Reino Unido estará naturalmente do lado de fora da porta.

Portugal estará entre os Estados membros flexíveis para aceitar o pedido britânico de adiamento e evitar um "brexit" sem acordo, algo que Theresa May se tem revelado incapaz de evitar depois de ter alcançado um acordo de saída com Bruxelas que o Parlamento britânico já rejeitou por duas vezes.

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