Johnson acredita que conseguirá renegociar com Bruxelas antes do final de outubro
No Reino Unido os possíveis candidatos à sucessão da antiga primeira-ministra Theresa May continuam a lançar as campanhas respetivas para a liderança dos conservadores.
Aguardado com ansiedade, e já apontado como favorito, o antigo ministro britânico dos negócios estrangeiros Boris Johnson lançou esta quarta-feira o seu manifesto.
Tal como outros candidatos, Johnson comprometeu-se a sair da União Europeia no dia 31 de outubro mesmo se isso impicar ausência de acordo.
"Após três anos e dois prazos falhados temos de sair da UE no dia 31 de outubro.
E temos que ter algo melhor do que o acordo de saída atual que por três vezes foi rejeitado no parlamento. Deixem-me ser claro, não quero ausência de acordo mas não penso que a situação acabe aí. No entanto, é apenas responsável prepararmo-nos para tal" disse Johnson no discurso de lançamento da campanha.
O antigo chefe da diplomacia britânica acredita que pode forçar Bruxelas a renegociar. No entanto, Johnson deixou no ar um aviso, o insucesso poderá abrir a porta a um governo trabalhista.
"É preciso estarmos preparados e mostrar coragem, só assim é que Bruxelas acreditará que falamos a sério e nos dará o que queremos. Eles também não querem ausência de acordo e nós não obteremos resultados se dermos a impressão de que queremos continuar a adiar este processo. Adiamento significa derrota. Adiamento significa Corbyn. Adiar significa o fim dos conservadores", rematou Johnson.
Interrogado pelos jornalistas, Johnson não respondeu se se demitiria se em novembro o Reino Unido ainda fizesse parte da União Europeia.
Johnson evitou ainda responder a questões relacionadas com o uso de drogas no passado, um tema que tem alimentado uma campanha que se prevê cerrada.
No total, perfilam-se dez candidatos à sucessão de Theresa May.
O resultado final só será conhecido no final de julho depois dos cerca de 160 mil membros do Partido Conservador se terem pronunciado através de um voto postal.
Seja quem for, o próximo inquilino do número 10 de Downing Street terá pela frente o desafio de unir não apenas o parlamento mas também o país.