'Negócio da China" em ponte da Croácia

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O Governo croata adjudicou o contrato a uma empresa chinesa de construção de pontes e estradas por 100 milhões de euros, menos do que as propostas europeias recebidas.

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A Croácia est dividida por uma massa de água.

Em 2007, foi projetada uma ponte de 2,4 quilómetros, mas o projeto estagnou, por mais de uma década, devido à crise financeira que atingiu o país.

Agora, o Governo croata adjudicou o contrato a uma empresa chinesa de construção de pontes e estradas por 100 milhões de euros, menos do que as propostas europeias recebidas.

"Os chineses têm uma indústria de aço muito forte. Eles produzem o aço nas fábricas chinesas e trazem-no de barco até aqui", conta o porta-voz da empresa Hrvatske Ceste, Jeroslav Šegedin.

O betão está a ser despejado nas bases de aço pelos 310 trabalhadores chineses que, todos os dias, trabalham aqui.

Vivem em contentores, no local, e estão a trabalhar para concluir o projeto até agosto de 2022.

Após a dissolução da antiga Jugoslávia, a costa dálmata foi dividida.

A ponte Peljesac ligará as duas partes do território croata que ficou dividido pelo enclave de Neum, o único acesso da Bósnia e Herzegovina ao mar.

Isso significa que são necessários dois controlos fronteiriços para passar de uma parte da Croácia para outra.

"O projeto levanta, no entanto, questões sobre o futuro da União Europeia e sobre a proposta da Croácia de aderir ao espaço Schengen. Se, no futuro, a Bósnia e Herzegovina conseguir aderir à União e depois ao espaço Schengen, então esta ponte tornar-se-ia inútil", relata o jornalista da euronews, Jack Parrock.

Pelo menos, do ponto de vista da reintrodução dos controlos fronteiriços - uma vez que ambos os países estariam integrados no bloco europeu. Mas o Governo e a empresa de construção insistem, também, que a ponte será mais segura e mais rápida.

A população apoia e espera pela conclusão do projeto, como confirmam duas moradoras da localidade de Komarna:

"Penso que é mais fácil construir uma ponte do que, por exemplo, lutar ou tentar fazer alguns acordos com a Bósnia Herzegovina", conta Marta Vidovi.

Julia Pažin explica que "é tão cansativo e chato. Três fronteiras quando partimos da bósnia Herzegovina. É um desastre."

85% do projeto, ou seja, o equivalente a 357 milhões de euros, é financiado pela União Europeia. No entanto, a maior parte deste dinheiro acaba por rumar à China. Algumas empresas austríacas e gregas conseguiram alguns contratos menores, para a construção de 32 quilómetros de estradas, túneis e viadutos que irão ligar toda a península.

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