Extrema-direita lidera a entrada dos estreantes no Parlamento

A vasta oferta de Partidos a votos resultou em três estreias no Parlamento
A vasta oferta de Partidos a votos resultou em três estreias no Parlamento Direitos de autor REUTERS/Rafael Marchante
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De  Francisco Marques
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Partido Chega, de André Ventura, foi o mais votado entre os eleitos que ainda não tinham assento parlamentar. O PAN ganhou peso no hemiciclo

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A estreia da extrema-direita na Assembleia da República de Portugal é um dos grandes destaques das Legislativas deste domingo.

Fundado há apenas seis meses, o Partido Chega é um dos dois partidos que se candidataram pela primeira vez a umas eleições parlamentares e conseguiram eleger um deputado. O outro foi o Iniciativa Liberal. Em comum, ambos têm o facto de pertencerem a ala direita.

O Chega acaba por ser a grande surpresa devido à ausência de tradição na afirmação de partidos populares de extrema-direita. Foi aliás, o partido mais votado entre os que não tinham ainda assento parlamentar.

O líder do Chega, André Ventura, um controverso comentador desportivo na televisão, foi eleito deputado por Lisboa e, no discurso em tom de vitória no final da noite, falou de um "feito histórico", recusou quaisquer aproximações a outros partidos e revelou ambição.

"A partir de hoje, o Chega nunca mais vai parar de crescer. Eu garanto-vos: daqui por oito anos seremos o maior partido de Portugal", prometeu André Ventura.

Derrotado no PSD em 2017, Ventura ainda tentou tomar o lugar de Rui Rio à frente dos sociais-democratas, falhou acabou por fundar o Chega em abril deste ano.

Seis meses depois, este partido conservador, nacionalista, defensor das forças de segurança e com o objetivo de acabar com o Ministério da Educação conseguiu mais de 66 mil votos e ameaça fazer tremer as cadeiras de São Bento.

Iniciativa Liberal

Mais próximo do centro, o Iniciativa Liberal (IL), fundado em 2017, sem figuras mediáticas e com uma campanha de baixo custo, somou 65 mil votos e também conquistou um assento na Assembleia da República.

O presidente dos liberais, Carlos Guimarães Pinto, candidatou-se pelo Porto e falhou a eleição, mas esta nova voz da direita vai fazer-se ouvir no hemiciclo através de João Cotrim de Figueiredo, um empresário com experiência no setor do Turismo, eleito pelo circulo de Lisboa.

No discurso de conquista da representação parlamentar, Carlos Guimarães Pinto deixou claro, uma vez mais, a oposição à governação do Partido Socialista.

"Apesar da forma como tem gerido o país, venceu estas eleições. Um partido que mantém o país estagnado há 20 anos e vai governar por mais quatro, mas agora vai ter uma oposição diferente", prometeu o presidente do IL.

O terceiro estreante no Parlamento emerge da ala esquerda. O Livre "nasceu" em 2014, concorreu este domingo pela segunda vez a umas Legislativas e, depois de ter ficado à porta de São Bento há quatro anos, agora conseguiu eleger um deputado.

O partido, que teve Rui Tavares entre os fundadores, conseguiu 55 mil votos e vai fazer-se ouvir na Assembleia da República por Joacine Katar Moreira na defesa de uma esquerda antifascista, antirracista e dialogante.

"Nós estamos completamente disponíveis para dialogar com qualquer partido", afirmou a deputada eleita por Lisboa, para quem "não há lugar para a extrema-direita no parlamento".

À margem dos estreantes, referência para um dos grandes vencedores da noite. Uma década após se ter lançado no universo político português, o partido Pessoas, Animais, Natureza (PAN) passa de um para quatro deputados e ganha força no Parlamento, onde poderá ser um dos fiéis da balança governativa.

Editor de vídeo • Francisco Marques

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