Têxtil é uma das prioridades no plano da economia circular

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Direitos de autor AP/Antonio Calanni
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De  Isabel Marques da Silva
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Têxtil é uma das prioridades no plano da economia circular

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Na passarela, as criações de Valérie Berckmans parecem ser apenas mais um exemplo da glamorosa indústria da moda. Mas consciente de que esse setor polui mais do que os sistemas de aviação e navegação mumdial, em comjunto, a estilista belga usa o ateliê e loja como um laboratório de reciclagem.

Sobras de tecidos orgânicos e adquirido em comércio justo são transformados em vestuário para crianças, roupa interior ou pensos higiénicos laváveis.

Pela primeira vez, a Comissão Europeia inclui os têxteis no novo plano de ação da economia circular e a estilista pede apoio financeiro.

"Quando se produz localmente e com materiais sustentáveis, tem-se uma margem de lucro muito, muito baixa. Não podemos ter muitas despesas e também é difícil pagar os impostos praticados numa economia industrializada", explicou a estilista.

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A confeção está entregue a ateliês de costura belga e francês, porque a estilista recusa-se a explorar a força de trabalho nos países mais pobres da Ásia, como fazem os gigantes industriais.

O preço barato da roupa levou a um padrão de "consumo rápido" no mundo ocidental, ampliando o impacto ambiental negativo.

Anualmente, os cidadãos europeus:

  • compram, em média, mais de 12 kg de roupa
  • cuja produção emite 195 milhões de toneladas de CO2
  • e requer 46 milhões de metros cúbicos de água

Menos extração de recursos e mais reciclagem em todos os setores

Além da produção pouco sustentável, a indústria da moda recicla menos de um por cento dos seus produtos.

Um modelo que deve ser revertido em muitos setores, diz a Comissão Europeia que apresentou, quarta-feira, um plano de ação para a economia circular.

Outros setores particularmente visados serão os da eletrónica, plásticos, baterias e pilhas, construção civil e alimentação.

"Queremos transformar esses setores em sistemas circulares onde o desperdício é reduzido ao mínimo. Caso não seja possível evitar as sobras, estas devem ser transformadas num recurso valioso", disse Virginijus Sinkevičius, comissário europeu para o Ambiente, Oceanos e Pescas.

"Como a Europa não é rica em recursos naturais, a economia circular reforçaria a imunidade da economia contra desafios geopolíticos", acrescentou.

Falta meta específica

Mas os ambientalistas estão desiludidos por o plano não estabelecer a meta específica de reduzir o uso dos recursos naturais para metade, até 2030.

"Não se trata apenas de adicionar ao sistema atual um pouco de reciclagem. É realmente preciso reduzir a quantidade geral de recursos que estamos a extrair do planeta e também reutilizar os recursos que são usados, para garantir que evitamos o desperdício", afirmou Emily Macintosh, assessora no Gabinete Europeu do Ambiente, que reúne organizações não-governamentais europeias.

Este plano será combinado com a nova estratégia industrial, a fim de atingir o objetivo de tornar a União Europeia neutra em emissões poluentes até 2050.

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