Italianos testam regresso à rotina

O que significa a chamada Fase 2 em Itália? Significa que cerca de 4,5 milhões de pessoas regressaram ao local de trabalho, numa população ativa que ronda os 25 milhões.
A machadada no setor do turismo - calcula-se que, só em março, as receitas tenham caído 95% - deixa muitas portas ainda fechadas.
A proprietária de um restaurante em Roma, com quem falámos, reiniciou a atividade para "tentar salvar o que tem". Há 35 anos que gere este negócio. Mas considera que "os próximos três meses serão trágicos porque não há turistas e os clientes são poucos".
Por outro lado, a retoma de rotinas é notória nos cafés, por exemplo. A dona de um destes estabelecimentos, na capital também, explicou-nos que tem "trabalhado sem parar, a máquina está constantemente a funcionar. Os clientes precisam desesperadamente da sensação de normalidade que passa por tomar um simples café".
Uma cliente afirmava precisamente que, "ao fim de dois meses, necessitava de sentar a desfrutar de um café. Ainda não é a normalidade, mas é o caminho para...". Uma outra frequentadora realçava que "é como começar de novo, como o primeiro dia na escola ou no trabalho".
Os jardins estão novamente acessíveis e têm sido dos espaços mais procurados. Por outro lado, as estações do metro de Roma estão quase desertas. Fora e dentro das carruagens, multiplica-se a sinalética sobre as normas de distanciamento e higiene. Para já, estima-se metade da frequência, mas em junho a atividade deverá, em teoria, estar em pleno.
Uma utente do metro afirmava que "tem de haver mais composições a circular, senão não será possível respeitar as distâncias".
A jornalista Giorgia Orlandi sublinha que, "dentro de duas semanas, o governo irá fazer um balanço das medidas implementadas. Mas o que será também testada é a credibilidade do executivo do primeiro-ministro, Giuseppe Conte".