Região de Bruxelas aposta em ciclovias nas auto-estradas

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De  Isabel Marques da SilvaGregoire Lory
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Para quem não quer usar o carro e prefere evitar transportes públicos demasiado cheios em tempos de pandemia, andar de bicicleta fora da cidade passa a ser uma opção segura e não apenas para o lazer do fim de semana.

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O governo regional de Bruxelas (região com o mesmo nome da capital da Bélgica) criou pistas para bicicletas paralelas às auto-estradas que são as vias mais rápidas e movimentadas para chegar à capital, Bruxelas.

Para quem não quer usar o carro e prefere evitar transportes públicos demasiado cheios em tempos de pandemia, andar de bicicleta fora da cidade passa a ser uma opção segura e não apenas para o lazer do fim de semana.

"Dentro de Bruxelas, dois terços das viagens são feitas entre distâncias inferiores a cinco quilómetros, pelo que a bicicleta é muito adequada. Não estamos muito habituados a fazer essa escolha, mas devemos mudar isso porque a bicicleta, geralmente, é muito acessível. É necessário oferecer ciclovias seguras por forma a convencer alguns automobilistas a optarem pela bicicleta. É bom para cada um deles, a nível da saúde, e para o fluxo do trânsito", defendeu Elke Van den Brandt, ministra para a Mobilidade no governo regional de Bruxelas.

A ideia desta faixa especial está longe de ser unânime, havendo quem considere que foi uma decisão precipitada.

"Esta medida foi realizada muito rapidamente, sem consulta, sem medir o impacto que poderia ter no tráfego rodoviário. Isto pode ter impactos para os automobilistas, que vão ter de enfrentar ainda maiores congestionamentos de tráfico ou enfrentá-los em locais onde não existiam", afirmou Danny Smagghe, porta-voz da Associação de Automobilistas Touring.

Esta organização duvida que a ideia seja atraente para a grande parte dos que viajam, diariamente, por estrada em direção à capital, pelo esforço físico que exige.

"O que vemos é principalmente ciclismo recreativo e não ciclismo para as pessoas se deslocarem da residência para o local de trabalho. Não antecipo que muitos automobilistas ponham o carro de lado para pegar a bicicleta, sobretudo quando se aproximar o inverno", acrescentou Danny Smagghe.

A responsável pela infra-estrutura não vê esse potencial de interferência no espaço dos automobilistas e considera que é preciso dar tempo para a medida ganhar tração.

"O ciclista é o melhor aliado do automobilista, porque não está nem à frente nem atrás dele num engarrafamento, mas ao lado, e não lhe vai roubar a vaga de estacionamento. Estamos num processo de sedução dos automobilistas para esta opção da bicicleta. Se mais o fizerem, o tráfego será mais fluído para quem não tem alternativa", defendeu a ministra Elke Van den Brandt.

Os governos da Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos juntaram-se para enviar um apelo à Comissão Europeia no sentido de ajudar a dinamizar o ciclismo.

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