Venda de bicicletas dispara na Europa

A procura de informação sobre bicicletas disparou durante o período de confinamento em toda a Europa. Nalguns países, essa tendência já se traduziu num aumento das vendas. Muitos europeus preferem deslocar-se de bicicleta em vez de usar os transportes públicos. E alguns governos promovem a prática.
Em França, o executivo criou um fundo que prevê um subsídio de 50 euros para reparar bicicletas antigas e um financiamento até 500 euros para a compra de bicicletas elétricas novas.
Jean-Christophe Wintz, gerente de uma loja francesa, conta que as vendas duplicaram face ao mesmo período do ano passado. A procura é sobretudo de material de gama baixa, diferente do que costumavama vender a clientes mais sofisticados.
No Reino Unido, as autoridades estão a criar novas ciclovias e a autorizar a circulação das duas rodas nos corredores de transportes públicos para acomodar os novos ciclistas.
Nas contas da Associação britânica de retalhistas, gastaram-se mais de 67 milhões de euros em bicicletas no último mês - um novo pico de consumo.
Para Lincoln Romain, diretor de uma oficina britânica, os clientes são mais e muito diversos: ciclistas habituados à estrada, novos ciclistas e pessoas que trazem a bicicleta que estava há muito tempo arrumada na garagem.
A região da Lombardia, no norte de Itália, foi uma das mais afetadas pela pandemia de Covid-19. Ali foi criado o programa "Estrada aberta" com novas pistas para ciclistas e caminhantes.
Na capital italiana, as autoridades foram mais longe e criaram 150 quilómetros de ciclovias. Uma decisão que deixa os adeptos das duas rodas satisfeitos. Enzina Fasano, presidente da Associação Salvem os Ciclistas, diz que é a concretização de uma reivindicação de há muitos anos.
À semelhança de Roma, outras cidades como Lisboa lançaram programas de incentivo aos ciclistas. Portugal tem também em vigor um programa de apoio à compra de bicicletas elétricas, promovido pelo Ministério do Ambiente.