Parlamento Europeu considera que envenenamento do líder da oposição faz parte de "um esforço sistémico” dos dirigentes russos para silenciar dissidentes e pede por isso medidas mais restritivas contra Moscovo
O Parlamento Europeu quer sanções mais severas contra a Rússia pelo envolvimento no envenenamento do líder da oposição Alexei Navalny.
Uma resolução aprovada esta quinta-feira, em Bruxelas, por 532 votos a favor, 84 contra e 72 abstenções.
Mas Moscovo acusa o Ocidente de tentar difamar a Rússia. A Porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova considera que "a proposta de anexar o nome de Navalny às sanções como uma tentativa flagrante de dar às novas restrições da União Europeia um caráter intencionalmente antirrusso. Tudo isto está a acontecer enquanto as nossas propostas a Berlim para uma investigação conjunta sobre o que aconteceu, estão a ser ignoradas sob falsos pretextos".
Uma votação que aconteceu depois de um laboratório alemão ter confirmado que encontrou a substância tóxica Novichok em garrafas de água que estavam no quarto de hotel de Navalny e que este terá bebido pouco antes de ter ficado gravemente doente.
Ksenia Fadeeva, Coordenadora de Campanha de Navalny, em Tomsk, na Sibéria, diz que esta "é uma descoberta significativa porque se a garrafa tivesse ficado no quarto do hotel e ido para o lixo ou levada pelas forças de segurança locais, não haveria qualquer investigação e possivelmente não saberíamos a substância com que o Alexei foi envenenado". "Os alemães conseguiram descobrir qual foi o veneno. Se não tivéssemos recolhido e enviado a garrafa para a Alemanha, provavelmente a substância não teria sido identificada."
Um laboratório alemão confirma que a substância que intoxicou Navalny é semelhante a uma outra da era soviética utilizada no Reino Unido em 2018. O Kremlin nega de forma veemente qualquer ligação ao envenenamento de Navalny.