Os responsáveios de uma das Capitais Europeias da Cultura assumem o pesadelo, mas estão determinados a ultrapassa-lo
As perdas de Galway, a cidade irlandesa que divide com Rijeka, na Croácia, o título de Capital Europeia da Cultura 2020, estão quase nos mil milhões de euros. A pandemia travou com estrondo os sonhos e ambições da comunidade artistíca e das autoridades locais.No Teatro, procuram-se formas de contrariar os efeitos da Covid-19.
Fergal Hynes, diretor-executivo do Teatro Druid, na cidade de Galway, diz que a doença "afetou tudo", mas também garante que resposnderam positivamente. "Acreditamos apaixonadamente que as pessoas têm o direito a teatro de primeira classe na comunidade onde vivem. Vamos continuar a levá-lo onde for possível. O nosso modelo de financiamento mudou, mas vamos adaptarmo-nos para que possamos cumprir os compromissos," afirma Hynes.
A cidade irlandesa fez festa há quatro anos quando ganhou a candidatura. Agora, quando faltam apenas dois meses e meio ara o ano terminar, querem pelo menos cumprir o que estava no papel quando receberam a distinção. Para Marilyn Gaughan-Reddan, diretora de programação de Galway 2020, isso quer dizer assumir um corte na programação prevista. "Vamos entregar o que prometemos quando ganhámos a corrida em 2016. Estamos a trabalhar com todos os parceiros culturais para concretizar o que foi prometido na candidatura. O projecto era 70 por cento da programação prevista. Foi com isso que nos comprometemos em 2016 e é isso que vamos cumprir", garante.
Galway tem cerca de 80 mil residentes. As contas das perdas estimadas são pesadas, mas a cidade declara-se determinada a recuperar o que já está perdido.
"Penso que todos, globalmente e na Irlanda, têm de lutar mais para alcançar os objetivos, para recuperar os prejuízos deste ano e também os do próximo", defende Kenny Deery, diretor executivo da Câmara de Comércio de Galway. O representante dos empresários considera que "serão as localidades mais fortes, que tiverem apoiado as empresas locais; que tiverem apoiado os artistas; que tiverem apoiado a indústria, assegurando pelo menos estabilidade durante este período; Localidades que investem e garantem que as pessoas estão protegidas agora são aquelas que vão recuperar mais depressa".