Erosão ameaça população da orla costeira britânica

Erosão ameaça população da orla costeira britânica
Direitos de autor Courtesy Mike Page
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De  Luke Hanrahan
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Reportagem da euronews numa aldeia junto às falésias de Norfolk.

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As falésias britânicas estão em rápida erosão. Na aldeia medieval de Happisburgh em Norfolk, na costa leste inglesa, 35 casas perderam-se em apenas duas décadas. Os cientistas dizem que as alterações climáticas aceleraram a erosão.

"Sentimo-nos despojados da nossa humanidade. Desapareceu", diz Malcom Kerby, um habitante da aldeia.

Uma fotografia aérea datada de 2005 (em ilustração do artigo) mostra como já nessa altura a comunidade estava desesperada por ajuda. Desde então, mais casas foram perdidas por culpa da erosão da falésia.

Malcolm Kerby conhece bem esta linha costeira e há décadas que luta por mais proteção: "O maior problema no que toca à gestão costeira neste país é uma abjeta falta de financiamento", lamenta.

O maior problema no que toca à gestão costeira neste país é uma abjecta falta de financiamento.
Malcom Kerby
Residente em Happisburgh

A erosão não é uma novidade para as comunidades costeiras. Mas as pessoas em Happisburgh dizem que o fenómeno tem vindo a acelerar.

Problema ecológico e social

A costa leste é particularmente vulnerável, pode-se ver como este solo arenoso é frágil e há uma semana atrás todo este pedaço de terra estava ligado à falésia, agora - muito dele está na praia.

Para a investigadora Sophie Day, da Universidade de East Anglia, que estuda os desafios sociopolíticos da adaptação às alterações climáticas e a melhor forma de preparar as comunidades, trata-se não só de uma questão não só climática, como também de injustiça social: "Isto causou muitos problemas em Happisburgh, sobretudo pessoas que perderam as casas que estavam, quase literalmente, à beira do abismo. Temos de compreender como preparar as comunidades, a longo prazo, para serem resilientes e aguentarem este tipo de ocorrências".

O governo atualizou a estratégia de inundações e erosão costeira no início deste ano e diz que vai explorar a possibilidade de deslocalizar algumas comunidades em risco. Mas, atualmente, não há dinheiro do governo central destinado a este fim.

Comunidades como a aldeia de Happisburgh estão na linha da frente da erosão costeira neste país - com até cerca de 4 metros de terra a desaparecer todos os anos. O ritmo da mudança está agora a aumentar e o comité para as alterações climáticas diz que, a menos que sejam tomadas medidas, a terra em que atualmente se encontram 100 mil casas vai simplesmente desaparecer para o oceano".

Há cerca de 18 mil quilómetros da costa continental do Reino Unido vulnerável a inundações marítimas e deslizamentos de terras. E a erosão está a tornar-se, a um risco acelerado, um grande risco para os 17 milhões de pessoas que vivem tão perto das costas do Reino Unido.

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