Prémios do Cinema Europeu. Cerimónia à distância não afastou emoção

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A entrega dos Prémios do Cinema Europeu teve de respeitar as restrições impostas pela atual pandemia. Mas realizadores e atores não quiseram deixar de partilhar o momento, numa cerimónia que até contou com uma despedida de Angela Merkel.

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"Another Round", de Thomas Vinterberg, foi o grande vencedor dos Prémios do Cinema Europeu: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento e ainda Melhor Ator, distinguindo o trabalho de Mads Mikkelsen, na pele de um professor que experimenta com os amigos passar os dias embriagado.

Apesar da alegria visível durante a cerimónia online, o realizador dinamarquês revelou como um duro episódio na vida pessoal ensombrou a produção do filme.

"A minha filha morreu quando estava a fazer este filme, ela adorava este projeto, fazia parte deste projeto, era suposto ter participado nele, foi feito na escola onde andava e, quando ela morreu, a única coisa que fazia sentido era continuar e fazer este filme para ela. Este prémio irá honrar a sua memória e agradeço-vos do fundo do meu coração", afirmou Vinterberg.

O prémio de melhor atriz foi atribuído a Paula Beer.

Em "Undine", uma história de amor de Christian Petzold, a atriz alemã interpreta uma variação da figura mitológica de Ondina, uma ninfa que deve matar todos os amantes que a traem e abandonam.

O prémio de melhor documentário foi atribuído ao realizador alemão de origem romena Alexander Nanau, pelo filme "Collective". 

O documentário analisa o escândalo de corrupção nos serviços de saúde da Roménia, na sequência do incêndio numa discoteca, em outubro de 2015. No local, morreram de imediato 27 pessoas, mas outras 37 viriam a ter o mesmo destino, apesar de terem dado entrada nos hospitais fora de risco. 

Os médicos fizeram a denúncia, os jornalistas investigaram, e após uma grande manifestação, o governo acabou por se demitir.

No discurso de agradecimento pelo prémio, Alexander Nanau ressalvou "o poder individual" e do "jornalismo de investigação", como "um pilar cada vez mais importante para as nossas democracias". "Tenho a sensação de que precisamos dele cada vez mais", disse ainda o realizador.

O prémio Descoberta do Ano, destinado aos estreantes nas longas-metragens, foi atribuído ao cineasta italiano Carlo Sironi pelo filme "Sole".

O filme conta a história de uma mulher grávida na Polónia que vai a Itália para vender o filho e acaba por se enredar no conflito emocional do negócio.

O final da cerimónia foi também marcado pelo adeus oficial à diretora da Academia Europeia de Cinema, Marion Döring, e ao Presidente da Academia, Wim Wenders. 

Ambos os fundadores da Academia reformam-se após mais de 30 anos ao serviço do cinema europeu. A despedida oficial teve direito a umas palavras da chanceler alemã, Angela Merkel.

"A vossa despedida é como um capítulo que chega ao fim, fica o legado que deixam ao cinema europeu. Desejo-vos a todos o melhor para o vosso futuro", afirmou Merkel.

Para o ano, a entrega dos Prémios do Cinema Europeu regressa a Berlim, numa cerimónia que, todos esperam, tenha de volta o público.

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