O papel das árvores no combate às alterações climáticas

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De  Jeremy Wilks
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O papel das árvores no combate às alterações climáticas

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Será que plantar árvores é uma ferramenta eficaz para combater a crise climática? Para responder à pergunta, a euronews falou com vários especialistas em gestão florestal, em Cremona, no norte de Itália. 

A quantidade de carbono armazenada numa árvore pode ser calculada de forma relativamente fácil. Teoricamente, quantas árvores novas são precisas para compensar as emissões de CO2?

“Em média, um cidadão europeu emite entre 5 e 7 toneladas de dióxido de carbono por ano, portanto, teoricamente, para compensar o impacto de um cidadão europeu, é necessário plantar 5 a 7 árvores”, afirmou Fabrizio Malaggi, gestor técnico do Parco Oglio Sud.

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FABRIZIO MALAGGI, GESTOR TÉCNICO, PARCO OGLIO SUDeuronews

Os fatores que influenciam a captação do carbono

Entre a primavera e o outono, as árvores captam CO2 da atmosfera, todos os dias.

"Há magia a acontecer nesta pequena folha. Graças à luz do sol e ao dióxido de carbono no ar, a árvore está acrescer, está a transformar o dióxido de carbono em madeira e vai crescer", explicou Diego Florian, diretor da FSC Itália.

Nem todas as florestas são iguais ao nível da absorção do carbono. A quantidade de carbono absorvida depende do tipo de árvore, do ambiente e da forma como a floresta é gerida.

“Uma floresta com esta pode contribuir para a absorção do carbono. A madeira vai ser usada para fabricar produtos que vão durar muito tempo. O carbono fica armazenado nesses produtos, nessa biomassa. Durante doze anos, fica nesses produtos, caso contrário, ficaria na atmosfera", explicou Mauro Masiero, especialista em política florestal da universidade de Pádua.

Florestas bem geridas fazem parte da solução

Florestas e pântanos bem geridos fazem parte da solução para reduzir as emissões. No entanto, os especialistas sublinham que é necessário estabelecer prioridades: acabar com a desflorestação, valorizar as florestas já existentes e encontrar outras formas de reduzir as emissões.

"Antes de mais, ao nível industrial, temos de reduzir as emissões o máximo possível, através da inovação tecnológica e da adoção de procedimentos menos poluentes e com melhor desempenho. E depois disso podemos preocupar-nos em compensar o que não foi possível reduzir. Mas a compensação não deve ser o ponto de partida”, sublinhou Diego Florian, diretor da FSC Itália.

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Os dados do Serviço Europeu de Alterações Climáticaseuronews

Os dados do Serviço Europeu de Alterações Climáticas Copernicus

Globalmente, o mês de fevereiro não foi tão quente como nos últimos cinco anos. As temperaturas situaram-se 0,1 grau Celsius abaixo da nova média de 1991-2020.

Mas se olharmos de perto para os dados do Serviço Europeu de Alterações Climáticas Copernicus, fevereiro de 2021 foi um mês extraordinário. Nas partes central e sul dos Estados Unidos esteve muito mais frio do que a média, com o clima ártico a estender-se até ao Texas. E esteve muito mais frio do que a média na Sibéria e mais quente na Gronelândia.

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Anomalia de temperatura em fevereiro de 2021euronews

Mudanças bruscas de temperatura

No centro da Europa, no mês passado, houve uma grande mudança entre tempo mais frio e mais quente. Por exemplo, no dia 14 de fevereiro, a cidade de Göttingen, na Alemanha, passou de quase 24 graus negativos a 18 graus, em menos de uma semana.

Será que estas mudanças bruscas têm a ver com as alterações climáticas? A euronews colocou a questão a uma especialista na área da previsão do tempo.

"As flutuações propriamente ditas não representam as alterações climáticas. O frio no início de fevereiro foi principalmente um sinal do vórtice polar e, quando essa influência se dissipou, voltámos às temperaturas normais, que estão acima das temperaturas habituais, e isso é realmente um sinal das alterações climáticas", explicou Daniela Domeisen, da ETH de Zurique.

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Göttingen, na Alemanha, passou de - 24 Cº a + 18 Cº, em menos de uma semanaeuronews
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