Varsóvia acusa Moscovo de conduzir uma política externa "imperialista"
A Polónia assinalou os 230 anos da primeira constituição adotada democraticamente na Europa. Celebrado em grande pompa, o aniversário decorre num contexto de fricções com Bruxelas, que contesta as reformas judiciais conduzidas por Varsóvia.
Mas, ladeado pelos chefes de Estado ucraniano, lituano, letão e estónio, o presidente polaco concentrou o discurso nas ameaças externas à segurança, com os olhos postos na Rússia.
No domingo, o primeiro-ministro polaco e a homóloga lituana já tinham disparado a primeira salva, classificando a política externa do Kremlin como "imperialista", e afirmando que a situação na Bielorrússia e na Ucrânia permitirão avaliar se a resposta ocidental é suficiente.
Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polónia:"São infelizmente áreas particularmente sensíveis, é preciso dizê-lo, do ponto de vista da política imperialista russa. É por isso que apoiamos os ucranianos e os bielorrussos no combate pela democracia e pela liberdade. A melhoria da situação a Leste será a medida do nosso realismo."
No mais recente episódio da escalada nas tensões entre o Ocidente e Moscovo, a União Europeia convocou o embaixador russo no bloco, na sequência da decisão da Rússia de proibir a entrada no seu território de oito altos responsáveis europeus. Uma represália às sanções impostas por Bruxelas em reação à detenção e condenação do líder da oposição russa Alexei Navalny.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE deverão debater as complicadas relações com o Kremlin a 10 de maio.