Ajudas especiais covid-19 estão na mira das organizações italianas
Os grupos de crime organizado em Itália estão de olho nos fundos da UE, numa altura em que o país recebe as ajudas milionárias de Bruxelas. Nos últimos anos, as organizações criminosas começaram a usar outras formas de praticar crimes de desvio de fundos.
A Euronews falou com Maurizio Vallone, que está por detrás de uma investigação sobre a máfia italiana. O investigador diz que crime organizado mudou e é agora menos violento.
"Há menos homicídios ou tiroteios do que antes, menos sangue e muita mais infiltração na economia legal", disse Maurizio Vallone. "Em meio ano, relatámos apenas 2 assassinatos relacionados com a máfia e isso nunca aconteceu nos últimos 30 anos. É um recorde", conclui o investigador.
A covid-19 fez aumentar o número de concursos públicos em vários setores, especialmente na área da saúde. O investigador diz que a urgência que existe para que os apoios cheguem ao terreno fazem com que haja menos verificações dos concursos públicos, logo, há um risco maior de corrupção de empresas que estejam relacionadas com a máfia. Isso significa que combater o crime organizado tem agora desafios maiores.
Maurizio Vallone defende que haja uma verificação eficiente, "é necessário avaliar a situação adequadamente e evitar que empresas relacionadas à máfia peçam esses fundos.", diz.
O vencedor de um concurso é normalmente avaliado. Mas, agora, torna-se ainda mais importante perceber que empresas pedem ajudas, para que o crime organizado fique de fora do caminho da recuperação económica italiana.