Ex-presidente de França foi condenado à prisão pela segunda vez este ano, mas mostra-se tranquilo, reconfortado pelo "facto de que as pessoas não se deixam enganar por nada"
Nicolas Sarkozy minimizou a condenação a um ano de prisão, proferida na segunda-feira, por financiamento ilegal da campanha presidencial de 2012. O antigo presidente francês diz-se inocente, recorreu e sente-se reconfortado, sugerindo que "muitos franceses têm dúvidas sobre o veredicto".
Durante uma sessão de autógrafos, em Paris, do último livro que publicou, "Promenades", à qual acorreram cerca de duas centenas de pessoas, Sarkozy disse ser "muito comovente e ao mesmo tempo reconfortante" ver "a forma como as pessoas não se deixam enganar por nada". "Elas entenderam", alegou.
A condenação desta semana foi a segunda deste ano contra o ex-presidente. No início de março, Sarkozy foi condenado a três anos de prisão, por corrupção, sendo um ano pelo menos de prisão efetiva e o resto no domicilio, com pulseira eletrónica.
A condenação de há sete meses entrou para a história de França como a primeira vez em que um antigo presidente da República gaulesa foi sentenciado à prisão em tribunal.
A justificar a primeira condenação esteve o facto de o tribunal ter dado como provadas as acusações de corrupção e tráfico de influências sobre o homem que liderou a França entre 2007 e 2012.
Agora, Sarkozy foi considerado culpado de ter ultrapassado largamente e de forma deliberada o teto legal de gastos autorizados para a campanha presidencial de recandidatura.
O teto legal do orçamento de campanha autorizado era de €22,5 milhões em 2012 e o então recandidato terá gasto praticamente o dobro, numas eleições que mesmo assim perdeu para François Hollande.
Ambas as condenações eram passíveis de recurso e foi isso que Sarkozy decidiu. O ex-presidente nega as acusações que suportam as sentenças e promete lutar pela absolvição.