Turismo português procura mão de obra em África

Os turistas estão de regresso a Portugal, mas o turismo, que ansiava esquecer os anos da pandemia, ganhou uma nova dor de cabeça. Pelas contas do setor, faltam entre 40 mil e 50 mil trabalhadores para dar resposta à procura.
O governo quer a colmatar as falhas no preenchimento de vagas e está a criar protocolos para ajudar os empresários a recrutar em países de língua portuguesa.
Os PALOP são um mercado apetecível para o setor e no Algarve, onde se esperam taxas de ocupação superiores a 90%, este mês e em setembro, a situação levou ja muitos empresários a recrutar no mercado africano.
Em Cabo Verde, os hoteleiros falam já de uma "razia" da emigração de quadros num setor que contribui para 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Também os sindicatos portugueses estão descontentes com a solução. Os representantes dos trabalhadores defendem que a falta de mão de obra não pode ser reposta com salários baixos.e exigem melhores condições de trabalho.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), os salários brutos no setor aumentaram 7,5% em 2021, mas apesar da subida os trabalhadores da hotelaria ainda recebem 247 euros abaixo do salário médio nacional.
Portugal é um dos Estados europeus que mais depende do turismo para a produção de riqueza. Em 2019, antes dos cortes impostos pela pandemia, o setor contribuía para mais de 15% do PIB nacional.