Londres diz que a guerra na Ucrânia está a entrar numa nova fase

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De  Euronews
Tanques da milícia da República Popular de Luhansk, na Ucrânia
Tanques da milícia da República Popular de Luhansk, na Ucrânia   -  Direitos de autor  AP/Russian Defense Ministry Press Service

A guerra na Ucrânia está prestes a entrar numa nova fase, segundo o ministério da Defesa do Reino Unido.

Londres estima que os combates mais violentos estão a deslocar-se para uma linha da frente de 350 quilómetros, em direção ao sudoeste, de Zaporijia a Kherson, em paralelo com rio Dniepr.

"Longos comboios de camiões militares, tanques, peças de artilharia continuam a afastar-se da região ucraniana de Donbass e a seguir em direção ao sudoeste. Há também relatos de movimentos de equipamento de Melitopol, Berdiansk e Mariupol, e da Rússia continental para a Crimeia através da Ponte Kerch, relata o ministério.

As forças ucranianas atacam cada vez mais pontes, depósitos de munições e ligações ferroviárias no sul; as forças russas estão a concentrar-se massivamente no sul, na expectativa de uma contraofensiva ucraniana.

Enquanto isso, prosseguem os bombardeamentos na região de Donetsk

Em Kostiantynivka, uma idosa mostra o relógio que parou na hora em que aconteceu o bombardeamento. "Foi às 00.20 m. Abri a janela e fui projetada para fora, por uma onda enorme", conta.

Para além dos edifícios de habitação foi também atingido o liceu da cidade. Duas pessoas morreram e nove ficaram feridas.

Na região de Kharkiv, os militares russos estão a distribuir ajuda humanitária nas nas zonas que estão sob ocupação russa;

Kiev acusa Moscovo de "subornar" a população, antes dos "referendos" provisoriamente previstos para setembro. Os russos dizem que "prestar ajuda está de acordo com as regras", mas nunca referem o termo guerra

Entretanto, crescem as preocupações com Central Nuclear de Zaporijia, atacada por mísseis antiaéreos esta sexta-feira.

O operador nuclear estatal ucraniano, Energoatom, diz que foram ativadas medidas de proteção de emergência e foi desligada uma das unidades de funcionamento.

O posto informou que a central permanece sob o controlo dos militares russos, mas acrescentou que "o pessoal ucraniano da central continua a trabalhar e faz todos os esforços para garantir a segurança nuclear e de radiação".

Russos e ucranianos acusam-se mutuamente deste ataque.

A central, que é a maior da Europa e a terceira maior do mundo, gera energia para a Ucrânia e está sob controlo russo desde 4 de março, dia em que as tropas russas capturaram Energodar, a cidade onde a estação está localizada.