"Tratam-nos pior do que os animais"

Marwa é uma jovem afegã de 19 anos. Estava quase a tornar-se a primeira mulher da família a entrar no ensino superior. Recentemente, passou no exame de admissão para o curso de enfermagem numa universidade médica em Cabul. Mas o governo talibã decidiu excluir as mulheres das universidades e destruiu todos os planos. Marwa diz que ficou com o “coração partido” e que não consegue descrever por palavras como se sentiu no dia em que recebeu a notícia. “Mesmo que tivessem decidido decapitar as mulheres, teria sido melhor do que esta proibição. (...) Estamos a ser tratadas pior do que os animais. Os animais podem ir para qualquer lugar sozinhos, mas nós, raparigas, não temos o direito nem de sair de casa", lamenta a estudante afegã.
Hamid é irmão de Marwa. Tem 20 anos e estuda administração de empresas num instituto de ensino superior em Cabul. Lembra que quando as universidades abriram sob o regime talibã foram definidos dias diferentes para rapazes e raparigas. _“Elas não podiam a entrar sem usar uma máscara e um hijab. Como é que os Talibãs podem dizer que as raparigas não usavam hijab?,_questiona Hamid.
A decisão de afastar as mulheres das universidades provocou uma indignação global, inclusive em muitos países muçulmanos que falam de uma "medida contra o Islão".