Londres, Roma e Lyon defendem direitos das mulheres no Irão

Protestos pelos direitos das iranianas em Lyon, França
Protestos pelos direitos das iranianas em Lyon, França Direitos de autor AP Photo/Laurent Cipriani
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De  Nara Madeira com AFP
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Milhares de pessoas protestam em Londres, Roma e Lyon pelos direitos das mulheres iranianas

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Pelo fim dos assassinatos, em defesa dos direitos das mulheres e dos curdos e por uma mudança de regime no Irão, saíram às ruas de Londres, a capital do Reino Unido, milhares de pessoas. Um evento organizado pelos grupos "Voz do Irão" e "A Justiça Prevalecerá" e que marcou o 115º dia de protestos no país sob o lema "Mulher, Vida, Liberdade" e no qual participaram organizações não-governamentais como a Amnistia Internacional

Um protesto que marcou também os três anos passados sobre a queda do avião da Ukraine International Airlines, o voo comercial PS 752, que vitimou os 176 ocupantes do aparelho abatido pela Guarda Revolucionária do Irão. Na altura, as autoridades iranianas negaram responsabilidade pela tragédia mas depois da ser provado o seu envolvimento acabaram por assumi-lo garantindo ter-se tratado de um infurtúnio no meio de tensões entre Teerão e Washington.

Lyon presta tributo a Mohammad Moradi

Na cidade Francesa de Lyon foram cerca de um milhar os manifestantes que homenageram as vítimas do desastre aéreo e que saíram às ruas, também, em defesa dos direitos das mulheres no Irão mas também para prestar tributo ao iraniano que se suicidou, atirando-se ao rio Ródano na noite de 26 de dezembro, como forma de protesto contra a repressão no país.

Mohammad Moradi, de 38 anos, deixou um vídeo nas redes sociais onde explicava a sua decisão dizendo, e entre outras coisas, que os iranianos estão cansados da situação que se vive no país. Moradi chegou a França em 2019 com a mulher e estava a fazer um doutoramento em História.

Uma das participantes no protesto relembrava muitos dos que têm morrido por decisão do regime iraniano, no meio da repressão aos protestos. Entre eles estão Mohammad Mehdi Karami e Seyed Mohammad Hosseini mortos por enforcamento no sábado de manhã após serem julgados e considerados culpados da morte de um membro da força paramilitar Basij a três de novembro, durante protestos contra o regime. 

O advogado de Karami, que estava em greve de fome desde quarta-feira por não terem deixado que este o representasse em tribunal, dizia que nem lhe foi dado o direito de se despedir da família.

Dezenas de pessoas terão sido condenadas à morte nos últimos meses.

Solidariedade em Itália

Em várias cidades italianas foi também visível este movimento de solidariedade para com os iranianos. No exterior da Embaixada do Irão em Roma juntaram-se centenas de pessoas. 

Em Turim assistiram-se também a protestos contra a repressão no Irão. O diário "La Stampa" foi mesmo o promotor da recolha de assinaturas denunciando "detenções injustas, tortura e condenações à morte" contra iranianos que se "manifestaram pacificamente para mudar" o país. Tinham já conseguido 300.000 assinaturas.

Morte de jovem desencadeia onda de indignação

Foi a morte de Mahsa Amini que desencadeou esta vaga de protestos no Irão, em meados de setembro. A jovem de 22 anos faleceu após ter sido detida pela extinta polícia dos costumes por, alegadamente, violar o rigoroso código de vestuário da República Islâmica. O hijab, o véu islâmico que as mulheres são obrigadas a utilizar para esconder os cabelos, não estaria bem colocado.

Desde então, e desafiando as autoridades iranianas, centenas de mulheres, e homens, muitos jovens de ambos os sexos, têm-se manifestado no país contra o regime em vigor desde a Revolução****Islâmica.

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