Sendo os EUA o segundo maior mercado de importação de carne bovina brasileira, os direitos aduaneiros anunciados por Trump prejudicarão mais os consumidores norte-americanos do que o contrário.
As taxas aduaneiras de 50% impostas por Trump sobre produtos brasileiros vão impactar mais os consumidores norte-americanos. Os EUA são o segundo maior mercado de importação de carne brasileira.
Segundo um responsável da indústria pecuária brasileira, a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50 por cento sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1 de agosto terá um impacto maior nos consumidores norte-americanos, disse na quinta-feira, considerando que a carne bovina brasileira é indispensável no mercado americano.
Mauricio Velloso, presidente da Associação Nacional da Pecuária Confinada do Brasil, afirmou que o atual rebanho bovino dos Estados Unidos é insuficiente para atender a demanda interna de carne bovina, tornando a carne brasileira indispensável para os consumidores.
Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação da carne bovina brasileira.
"A carne bovina brasileira exportada para os Estados Unidos é tipicamente usada para fazer hambúrgueres e almôndegas, que são a base da dieta diária do povo americano. Uma tarifa de 50% causaria mais danos aos consumidores americanos do que ao povo e à indústria pecuária do Brasil", disse Velloso.
Como medida preventiva contra as tarifas dos EUA, o Brasil tem diversificado ativamente a exportação de carne para outros mercados, observou Velloso.
Na semana passada, o Presidente do Brasil, Lula da Silva prometeu impor tarifas de retaliação aos Estados Unidos, se Donald Trump cumprir a promessa de aumentar as tarifas comerciais em 50%.
"Se não houver negociação, a lei de reciprocidade será posta em prática. Se ele cobrar 50 (% de tarifas) de nós, nós vamos cobrar 50 deles", disse Lula à TV Record. "Respeito é bom. Eu gosto de oferecer o meu e gosto de receber", acrescentou o presidente brasileiro.
O Brasil acredita que a ameaça de Trump está relacionada com o processo judicial que o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, enfrenta no Brasil. Sobretudo depois de o próprio Donald Trump ter exigido o fim do jugalmento de Bolsonaro. Lula da Silva reagiu de imediato, ao sublinhar que "o Brasil é um país soberano, com instituições independentes, que não aceita ser dado como garantido por ninguém".
Ainda sobre a possível redução de exportação de carne bovina para os EUA, devido às taxas aduaneiras que Trump promete impor a partir do dia 1 de agosto, o ministro brasileiro da Agricultura, Carlos Favaro, disse que o país não cederá nem aceitará a pressão dos EUA e promete expandir o comércio com os países do Sul Global, bem como abrir novos destinos para a exportação.