A agência de notação considera que «a França enfrenta a sua maior instabilidade política desde a fundação da Quinta República em 1958» e duvida da sua capacidade de reduzir o défice orçamental para 3% em 2029.
A Standard & Poor's (S&P) baixou o rating da França de AA-/A- para A+/- e mencionou uma incerteza "elevada" sobre o estado das finanças públicas.
Em termos práticos, a agência de notação financeira coloca a França ao nível da Espanha, Portugal, do Japão ou da China no que diz respeito à capacidade de reembolsar a sua dívida.
A descida da nota por parte da S&P poderá levar a um aumento dos juros da dívida.
Para os analistas da S&P, "a França atravessa a sua maior instabilidade política desde a fundação da Quinta República em 1958".
A agência duvida que a França, "com a aproximação das presidenciais de 2027", consiga "atingir o seu objetivo de défice orçamental de 3% do PIB em 2029".
Segundo a S&P, a dívida pública bruta da França atingiu « 112 % do PIB no final do ano passado » e estima-se que atinja 121 % do PIB em 2028.
A apresentação na terça-feira pelo governo Lecornu de um projeto de orçamento para 2026 não acalmou a agência.
O projeto prevê um défice público de 5,4% em 2025 (contra 5,8% em 2024) e 4,7% em 2026.
Para a S&P, "na ausência de medidas adicionais significativas de redução do défice orçamental, o saneamento orçamental no horizonte da sua previsão será mais lento do que o previsto".
Por outro lado, o Ministério da Economia francês considera que a França conseguirá cumprir o compromisso de reduzir o défice público abaixo de 3% do PIB em 2029.