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"Esforços de Trump na Ucrânia dificilmente funcionarão", diz analista americano à Euronews

Vladimir Putin
Vladimir Putin Direitos de autor  Julia Demaree Nikhinson/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.
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De George Dimitropoulos & euronews
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Entrevista com David J. Kramer, diretor executivo do Instituto George W. Bush.

David J. Kramer, diretor executivo do Instituto George W. Bush, em entrevista à Euronews (serviço grego), falou sobre o curso da guerra na Ucrânia, os limites da estratégia ocidental e os fatores que determinarão o seu desfecho.

Segundo Kramer, a conclusão básica é clara: Vladimir Putin não está interessado em acabar com a guerra, a menos que isso leve à completa subjugação da Ucrânia à Rússia, à remoção do seu governo democraticamente eleito, ao reconhecimento internacional da ocupação russa dos territórios ucranianos e ao enfraquecimento da sua capacidade de se defender ou de determinar a sua orientação externa.

Ao mesmo tempo, observa, os ucranianos continuarão a lutar, não por opção, mas por necessidade. "A sua terra, a sua liberdade e as suas vidas estão em jogo", sublinha, acrescentando que é pouco provável que os esforços da administração Trump para pôr fim à guerra sejam compensados enquanto Putin continuar a ser o problema central - a menos que o Ocidente aumente substancialmente a pressão sobre Moscovo.

Reunião de funcionários dos EUA com dirigentes russos
Funcionários dos EUA reúnem-se com dirigentes russos Gavriil Grigorov/Sputnik

Reforço do apoio a Kiev

No que se refere ao apoio internacional à Ucrânia, Kramer defende que os Estados Unidos e os aliados europeus devem aumentar a assistência militar e económica. Ao mesmo tempo, apela a sanções mais duras contra a Rússia e os seus colaboradores, bem como à apreensão de cerca de 300 mil milhões de dólares em ativos russos congelados.

Atribui especial importância à continuação da partilha de informações com os EUA e ao reforço dos sistemas de defesa antiaérea da Ucrânia.

Sanções com impacto

O diretor executivo do Instituto George W. Bush considera que as sanções exerceram uma pressão real sobre a economia russa, mas não alteraram o comportamento do Kremlin. Como observa, a queda do preço do petróleo russo para níveis próximos dos 40 dólares por barril teve o seu preço em Moscovo, mas é necessária uma aplicação mais rigorosa das medidas existentes.

Entre outras coisas, apela a um controlo mais intensivo da chamada "frota fantasma", bem como à aplicação de tarifas ou sanções aos principais importadores de energia russa, como a China e a Índia. O Parlamento Europeu defende que os fundos russos congelados devem ser confiscados de forma permanente, para que possam ser utilizados na reparação dos danos sofridos pela Ucrânia.

A estratégia de contenção

Kramer argumenta que o Ocidente tem sido lento a adotar uma estratégia coerente para conter a Rússia. Recorda que acontecimentos como o ciberataque de 2007 à Estónia e a invasão da Geórgia em 2008 foram sinais de alerta, mas não conduziram a uma mudança substancial de política.

Na sua opinião, a primeira invasão russa da Ucrânia, em 2014, deveria ter provocado uma reação muito mais dura. Hoje, adverte, a Rússia continua a testar os limites do Ocidente através de ataques híbridos, sabotagem, violações do espaço aéreo da NATO e outras acções provocatórias.

"O primeiro passo", conclui, "é reconhecer a Rússia de Putin como a séria ameaça que realmente é".

* David J. Kramer é o diretor executivo do Instituto George W. Bush e um dos mais reconhecidos especialistas em Rússia e Ucrânia. Desempenhou durante muitos anos cargos de chefia no governo dos EUA e em organizações internacionais, centrando-se nos direitos humanos, na democracia e na segurança europeia. É o autor de Back to Containment: Dealing with Putin's Regime.

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