Durante muito tempo, as empresas asiáticas tiveram má reputação. Eram tidas como imitadoras e não como inovadoras. Mas a imagem está a mudar.
A China, por exemplo, está a tornar-se uma potência tecnológica, graças à perícia adquirida durante anos com imitações e a produção industrial para o estrangeiro. A tal ponto que algumas empresas centram agora as atenções.
A 19 de setembro de 2014, Alibaba aterrou em Wall Street. Realizou a maior entrada em bolsa de sempre, arrecadou 25 mil milhões de dólares e tornou-se uma das empresas mais valiosos do mundo.
Jack Ma criou a empresa em 1999, com apenas 50 mil euros. Agora, o antigo professor de inglês é o homem mais rico de China.
Alibaba controla 80% do comércio eletrónico do país, através de duas páginas: Taobao, semelhante ao ocidental eBay, e TMall, para a venda direta aos consumidores.
Mas, os desafios são grandes. A divisão internacional representa apenas 10% das vendas. A migração dos utilizadores para os “smartphones” obriga a Alibaba a lutar com os rivais Tencent e JD.com. E não será fácil expandir a plataforma de pagamento Alipay, com a Apple presente no mesmo terreno.
Face aos 15 anos necessários à Alibaba, a ascensão da Xiaomi é fulgurante.
No terceiro trimestre, segundo o gabinete IDC, a empresa de Pequim tornou-se o terceiro maior produtor mundial de “smartphones”, atrás da Samsung e da Apple. Impressionante, tendo em conta que o primeiro aparelho foi lançado apenas em 2011.
Desconhecida fora da China, Xiaomi produz aparelhos baratos, com sistema Android, que vende via internet. O último aparelho custa menos de metade do iPhone 6 e os fornecedores são os mesmo da Apple.
Desde o design ao estilo do fundador, Jun Lei, tudo se assemelha à Apple. No mercado norte-americano isso criaria uma guerra de patentes, mas, por agora, a Xiaomi, a “Apple Asiática” centra-se na expansão na China e aposta em mercados como o indiano.
Huawei é outro gigante chinês. O grupo de telecomunicações está presente em mais de 140 países e é provável que já tenha usado um dos telemóveis sem marca que produz.
Baseada em Shenzhen, a empresa começou por produzir aparelhos de fraca qualidade. Mas com 150 mil funcionários na divisão de pesquisa e desenvolvimento, progrediu rapidamente. Produz agora “smartphones” topo de gama, mas o segmento é apenas a ponta do iceberg.
Em 2012, Huawei superou a Ericsson e tornou-se o maior fabricante mundial de material de telecomunicações.
A empresa investe quase 14% das receitas em pesquisa e os peritos consideram que poderá ser determinante no futuro. Por exemplo, a Huawei já gastou milhões de dólares na tecnologia de quinta geração.
Entre as marcas chinesas uma tornou-se familiar no Ocidente. A Lenovo.
A empresa lançou o primeiro computador em 1988 e no final da década de noventa era já o maior fabricante na região Ásia-Pacífico. Há dez anos saltou para a luz da ribalta com a aquisição da divisão de computadores pessoais da IBM.
No ano passado, tornou-se o maior produtor mundial e, no terceiro trimestre deste ano, fabricou 20% dos computadores vendidos em todo o mundo.
A marca vira-se agora para os “smartphones” e, para reforçar a posição no mercado, comprou, recentemente, a Motorola à Google.
Na corrida tecnológica, para lá das conquistas empresariais, as marcas chinesas alteraram a imagem geral do país.
Um estudo recente do gabinete KPMG mostra que a China ocupa o segundo lugar como centro de inovação do futuro.