Em Sapanta, na Roménia, o culto dos mortos ganhou uma outra dinâmica. Nas campas, com pedras esculpidas artesanalmente, contam-se as vidas de quem ali jaz, experiências nem sempre felizes. Grigore, lê-se, foi expulso da escola, pelos comunistas, porque a família era rica. Estas e outras histórias atraem turistas ao local:
“Desde que era criança, que oiço histórias, mesmo dos meus pais, sobre este cemitério. Sempre quis vir vê-lo, mas não tinha tido oportunidade, até agora”, adianta um visitante, Schuster Gerhard.
O artesão é um apenas. Dumitru Pop Tincu faz desta arte a sua vida e tem quem queira aprendê-la. Ainda assim, passará os seus conhecimentos a apenas um aprendiz, porque o trabalho tem de ser todo idêntico:
“Os jovens estão interessados neste trabalho e há alguns bons, mas de todos eles, não importa quantos, apenas um será o escolhido. Porque se escolhesse vários não seria a mesma coisa. Um trabalho feito por um homem sozinho é diferente do realizado por muitos”, explica o artesão.
Um trabalho não apenas de escultura, pintura mas de poesia que conta histórias, as de quem viverá para sempre nas imagens e relatos esculpidos neste cemitério sui generis.