Dreisig e Beczala: um casal irresistível na ópera "Manon"

Dreisig e Beczala: um casal irresistível na ópera "Manon"
De  Andrea Buring

Dreisig e Beczala: um casal irresistível na ópera "Manon"

**Infantil, narcísica ou mulher fatal? Manon é uma das figuras mais deslumbrantes do mundo operático.
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A ópera "Manon" do compositor francês Jules Massenet sobe ao palco na [Casa da Ópera de Zurique](Casa da Ópera de Zurique), numa encenação de Floris Visser.

Elsa Dreisig, vencedora do prémio Operália em 2016, desempenha o papel principal. A soprano franco dinamarquesa de 27 anos desempenha o papel de Manon, na ópera homónima do compositor francês Jules Massenet.

"Faço experiências, como um pintor numa tela que tenta criar uma obra. Para mim, é a mesma coisa. Quis tentar encontrar a personagem que me corresponde aos 27 anos. Qual é a Manon que vai sair de mim?", disse à euronews Elsa Dreisig.

Uma mulher que não se encaixa na sociedade

A ópera composta em 1884 retrata o amor impossível entre uma jovem mulher e um cavaleiro pobre. Manon sacrifica o amor pelo cavaleiro em troca da ascenção social.

"Podemos comparar Manon a Carmen. Uma jovem mulher que é diferente e não se encaixa na sociedade porque é demasiado curiosa para o seu tempo", considerou o tenor polaco Piotr Beczala, que interpreta o papel do cavaleiro.

A personagem principal pode ser interpretada de várias formas.

"Ela pega numa mala deixada na estação de comboio. Ela não tem limites, do ponto de vista moral, que a impeçam de olhar para o que está dentro da mala, o que faz dela uma personalidade borderline. Está relacionado com a falta de moral. À medida que a noite avança percebemos que o comportamento dela não é o de uma pessoa inocente. É o comportamento de uma pessoa doente", afirmou o encenador holandês Floris Visser.

"Os diferentes atos vão evoluindo. No primeiro, a música é infantil, inocente, e ligeira, mas pouco a pouco o drama avança e o público deve poder senti-lo na evolução da personagem. E, de repente, há momentos em que a voz deve expressar o drama e a coloratura", contou Elsa Dreisig.

"É quase com uma sedução demoníaca. Tentei desempenhar o papel desse modo, com um enorme desespero. Na verdade, ele está perdido desde o início", concluiu Piotr Beczala.

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