O novo filme de Ai Weiwei foi apresentado na edição virtual do Festival de Cinema e Fórum dos Direitos Humanos de Genebra.
Este ano, o Festival Internacional de Cinema e o Fórum sobre Direitos Humanos de Genebra adaptaram-se à pandemia com uma edição 100% virtual. Habitualmente o evento reúne milhares de pessoas, incluindo cineastas, ativistas de direitos humanos e políticos.
"O festival teve que se reinventar este ano. Os filmes são exibidos na nossa plataforma. Nada substitui os cinemas mas procurámos trabalhar com o público apesar do formato digital. Pela primeira vez, temos um prémio de público. É possível também fazer comentários sobre os filmes, colocar perguntas, todas as noites, às 20 horas, a partir de qualquer ponto do planeta", afirmou a presidente do festival Isabelle Gattiker.
Este ano, o festival presta homenagem a Soltan Achilova. A fotojornalista do Turquemenistão, de 71 anos, foi uma das finalistas do Prémio Martin Ennals, conhecido como o Prémio Nobel dos defensores dos direitos humanos. No Turquemenistão, a comunicação social independente é proibida e as autoridades censuram a Internet.
O novo filme de Ai Weiwei sobre a China
A artista, ativista e cofundadora do movimento Black Lives Matter, Patrisse Cullors, participou no festival por videoconferência para falar no futuro do movimento de defesa dos afro-americanos.
O último filme do artista e ativista Ai Weiwei, 'Coronation', fez parte da competição oficial. A obra, filmada em segredo na China, mostra a forma como as autoridades chinesas geriram a pandemia de COVID-19. O programa incluiu uma entrevista online com o realizador acerca do que aconteceu realmente em Wuhan.
"A pandemia tem consequências dramáticas para os direitos humanos e os defensores dos direitos humanos em todo o mundo. Essas pessoas não podem viajar, não podem vir a Genebra para defender as suas causas durante o festival e no conselho de direitos humanos porque o conselho de direitos humanos reúne-se através da internet este ano. Os observadores, os repórteres, jornalistas estangeiros não estão no terreno. É também porque temos de apoiá-los que nos esforçámos ao máximo para que festival tivesse lugar em Genebra", acrescentou a responsável do Festival.