Polícia antiterrorista do Reino Unido está a investigar dois vídeos dos Kneecap

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Na sequência da sua controversa atuação no Coachella, em que foi alvo de reações negativas por causa do apoio à Palestina, o grupo de rap norte-irlandês Kneecap está em maus lençóis agora numa situação que envolve a polícia antiterrorista do Reino Unido - desta vez por causa de dois vídeos.

A Polícia Metropolitana revelou que a sua unidade antiterrorismo estava a investigar um vídeo de uma atuação dos Kneecap em novembro passado, alegando que mostrava um membro a gritar: "Força Hamas, força Hezbollah".

O segundo clip, que se crê ser de novembro de 2023, é um vídeo de um concerto em que o trio terá apelado à morte de deputados conservadores, tendo um membro do grupo alegadamente dito: "O único 'tory' bom é um 'tory' morto. Matem o vosso deputado local".

Comentando o vídeo, um porta-voz da Polícia Metropolitana disse no domingo passado: "Tomámos conhecimento de um vídeo a 22 de abril, que se crê ser de um evento em novembro de 2024, e que foi remetido para a unidade de referência da Internet de contraterrorismo para avaliação e para determinar se será necessária mais alguma investigação policial".

"Também tomámos conhecimento de outro vídeo que se acredita ser de um evento em novembro de 2023."

A avaliação de ambos os vídeos destina-se a "determinar se é necessária uma investigação policial adicional".

Em resposta à notícia de que o primeiro vídeo estava a ser avaliado, os Kneecap partilharam uma publicação no X de um gráfico com a seguinte leitura: "18 meses de imagens de genocídio não estão a ser investigadas pela polícia antiterrorista do Reino Unido", com a legenda "alguns factos".

A banda descreveu a investigação como uma "campanha de difamação coordenada", acrescentando que "usa os seus espetáculos para chamar a atenção para a cumplicidade dos governos britânico e irlandês em crimes de guerra" e que os seus fãs "veem através das mentiras".

"A razão pela qual os Kneecap estão a ser alvo é simples - estamos a dizer a verdade e o nosso público está a crescer", lê-se no comunicado. "Aqueles que nos atacam querem silenciar as críticas a um massacre. Usam como arma falsas acusações de antissemitismo para distrair, confundir e dar cobertura ao genocídio".

Mencionaram "um grande número de judeus" que estão "indignados com este genocídio, tal como nós", e acrescentaram: "O que nos interessa é que os governos dos países onde atuamos estão a permitir alguns dos crimes mais horríveis das nossas vidas - e não vamos ficar em silêncio. Não há nenhuma manobra mediática que mude isto".

O Hamas e o Hezbollah são ambos considerados grupos terroristas no Reino Unido. De acordo com a Secção 12 da Lei do Terrorismo de 2000, é uma ofensa expressar "uma opinião ou crença que apoie uma organização proscrita".

Dois deputados britânicos foram assassinados nos últimos 10 anos - Jo Cox, do Partido Trabalhista, em 2016, e Sir David Amess, do Partido Conservador, em 2021.

Relativamente ao vídeo de novembro de 2023, um porta-voz do governo britânico comentou: "Condenamos inequivocamente os comentários ameaçadores feitos a qualquer indivíduo. A intimidação e o abuso político não devem ter lugar na nossa sociedade. Reconhecemos o efeito inibidor que o assédio e a intimidação de representantes eleitos podem ter na nossa democracia".

"Todos os relatos de intimidação, assédio e ameaças são levados muito a sério. Trabalhamos com a polícia e com o Parlamento para fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para reprimir as ameaças a funcionários eleitos".