UE ajuda a limpar mares à escala global

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De  Denis Loctiereuronews
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Nos setenta eventos de limpeza dos mares organizados pela União Europeia e pela ONU, foram recolhidas 850 toneladas de lixo, em vários países do mundo.

Todos os anos, grupos de voluntários realizam uma megaoperação de limpeza das águas do porto de Marselha repletas de lixo.

A primeira parte do trabalho de limpeza das águas do porto de Marselha é feita por mergulhadores. À superfície, os voluntários realizam a triagem do lixo para posterior reciclagem. "Encontrámos trotinetes, grelhas, latas e garrafas. O objetivo é limpar e chamar a atenção para este problema", afirmou a voluntária Angie Espinel Cañon.

A iniciativa começou há três anos. Desde então, os voluntários observam algumas mudanças de comportamento. "No ano passado, retirámos 91 metros cúbicos de lixo. Um ano antes tinham sido 131. Houve uma redução de 40 metros cúbicos. Este ano, penso que haverá menos lixo", referiu Isabelle Poitou, voluntária da Associação Merterre.

Maioria do lixo marinho vem das áreas urbanas

Alain Dumort, um dos mergulhadores que participa na operação de limpeza é também representante da União Europeia em Marselha. A iniciativa faz parte de um campanha europeia de sensibilização ao problema da poluição dos mares. "Alguns objetos podem ser reciclados, mas há outros que não. São objetos descartáveis, vão para o lixo. É por isso que a União Europeia vai proibir, a partir de 2021, a venda de objetos descartáveis de plástico como os pratos, colheres e cotonetes, que se encontram com frequência nas praias", afirmou o responsável europeu.

A maioria do lixo que vai parar aos oceanos provém das áreas urbanas. "Os números mostram que 80% do lixo marinho vem da terra. É levado pelos rios ou deitado no mar diretamente. como pode imaginar, não foi o vento que arrastou estas barreiras e bicicletas", sublinhou Olivier Bianchimani, Director da Septentrion Environnement.

Projeto europeu à escala global

Nos setenta eventos de limpeza dos mares organizados pela União Europeia e pela ONU, foram recolhidas 850 toneladas de lixo, com o esforço de 40 mil voluntários, em vários países do mundo, incluindo o Camboja, o Haiti, a Argentina e a Noruega. "Este evento deve ser inserido num contexto mais global, se é apenas uma operação local, a Europa participa porque se trata de problema global. Estão em causa ações e leis que têm uma dimensão internacional", referiu Alain Dumort.

Aparelho concebido para limpar o mar

Tecnologia para a limpeza dos mares

A União Europeia vai investir 350 milhões de euros em investigação no domínio do lixo marinho. O WaterShark é uma das tecnologias recentes desenvolvidas para limpar os mares. O protótipo foi desenvolvido por uma start-up holandesa com o apoio da União Europeia. O aparelho é controlado à distância e remove os plásticos e lixos que flutuam nos oceanos. Está equipado com sensores que monitorizam a poluição e pode recolher centenas de quilos de lixo de uma só vez. A tecnologia está a ser testada em Roterdão.

Engenheira que ajudou a desenvolver o Watershark

O próximo passo da empresa é desenvolver um aparelho completamente autónomo. "A função do Watershark é muito simples. Circula na água e recolhe o lixo da superfície. Mas continuamos a fazer progressos, queremos que seja mais leve, mais eficiente, com uma manutenção mais simples. Estamos a construir uma versão autónoma que vai circular sozinha de acordo com as coordenadas que lhe fornecemos", explicou Tessa Despinic, engenheira na Ranmarine Technologies.

"Estamos a tentar criar um veículo pequeno que pode circular em espaços pequenos em particular nos portos, para impedir que o lixo chegue aos oceanos", explicou Richard Hardiman, fundador da empresa holandesa Ranmarine Technologies. "Tenho uma visão muito clara que me motiva. No futuro, a partir de uma sala de controlo, vamos poder localizar cada drone e conhecer a quantidade de lixo que está a ser recolhida, o que nos permite ver o impacto real dos aparelhos de limpeza em vários pontos do mundo", acrescentou o responsável.

Estudos recentes estimam que o plástico a flutuar na Grande Mancha de Lixo do Pacífico mede 1,6 milhões de quilómetros quadrados.

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