Famílias reais, que futuro?

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De  Euronews
Famílias reais, que futuro?

Adorados por uns, detestados por outros, as famílias reais são frequentemente objeto de intensa especulação. A renúncia da Rainha Beatriz da Holanda, os escândalos de corrupção em Espanha e um sucessor real a caminho no Reino Unido, tudo isto tem alimentado o debate em torno deste tema. A fim de fazer o ponto da situação a euronews falou com o biógrafo real Andrew Morton cujo mais recente trabalho incide sobre a família real espanhola.

O recente escândalo que envolve a Casa de Bourbon lançou a controvérsia em Espanha e há quem se interrogue se o Rei Juan Carlos não devia seguir as pisadas da Rainha Beatriz da Holanda que optou por abdicar em favor do filho, o Príncipe Guilherme Alexandre.

Segundo Andrew Morton, “o problema é que a renúncia ao trono na Europa sempre teve uma conotação negativa desde que Eduardo VIII, o duque de Windsor, na Grã-Bretanha, causou uma crise constitucional em 1936. A Rainha Beatriz mostrou o caminho a seguir pois mostra que um rei ou rainha não precisa de manter o cargo toda a vida mas pode passá-lo para outra geração”.

E que fazer em Espanha à luz do mais recente escândalo?

“Penso que muito depende da Justiça e do facto de que o sistema judiciário espanhol se move lentamente o que implica o arrastar da situação, em particular numa altura em que Espanha atravessa momentos económicos difíceis. Sente-se uma certa raiva contra Iñaki, o Duque de Palma, relativamente ao seu comportamento que gerou a percepção de que ele se apoderou de fundos públicos para proveito próprio e isto causou danos profundos à Casa de Bourbon”, afirma Andrew Morton.

A questão das famílias reais traz à baila a velha questão das fronteiras entre a vida privada e as responsabilidades públicas. A este respeito, a família real britânica tem sido particularmente afetada.

De acordo com Andrew Morton, “Kate foi vista em topless a bronzear-se no sul de França, numa casa de campo privada. As imagens apareceram numa revista francesa, algumas revistas escandinavas e italianas. O príncipe William levou o caso a tribunal. Existe uma grande diferença entre a reacção do Príncipe William relativamente à comunicação social e a geração anterior, o Príncipe Carlos e a Princesa Diana. Eles quase que não contestavam a comunicação social mas agora o Príncipe William serve-se das leis sobre privacidade, da Convenção Europeia sobre Direitos Humanos para amordaçar a imprensa impedindo-a de publicar imagens que ele considera que invadem a sua privacidade.”