Ensaf Haidar, a mulher do bloguer saudita Raif Badawi, recebeu, numa cerimónia no Parlamento Europeu, esta quarta-feira, em Estrasburgo, o Prémio
Ensaf Haidar, a mulher do bloguer saudita Raif Badawi, recebeu, numa cerimónia no Parlamento Europeu, esta quarta-feira, em Estrasburgo, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído este ano ao ativista.
Ausente, por se encontrar a cumprir pena de prisão, Badawi foi elogiado pela “coragem para exprimir ideias”, entre apelos à libertação.
Acusado de insultar o Islão, de desrespeitar o rei e de ter violado as leis de ciber-segurança da Arábia Saudita, o autor do blogue “Free Saudi Liberals” foi condenado, em maio de 2014, a mil chicotadas, uma multa de mais de 200 mil euros e a dez anos de prisão seguidos de outros dez em que ficará proibido de viajar.
Em entrevista à Euronews, a mulher de Raif, mostrou-se orgulhosa com a distinção, que considera ser uma “mensagem de esperança”, e elogiou a força interior do ativista: “Claramente, o Prémio Sakharov é uma distinção de prestígio, com grande reputação na Europa. Espero que este prémio seja um ponto de partida para a libertação de Raif. Que lhe conceda a liberdade, como me deu a mim e aos meus filhos apoio moral. Espero que seja entendido em Riade como um sinal de apoio à libertação de Raif. Ele é um homem de paz, que falou de forma pacífica. A única arma que usou foi uma caneta. Por isso, espero que Raif esteja muito brevemente junto dos filhos.”
Margherita Sforza, euronews – Em 2009, viu-se obrigada a abandonar a Arábia Saudita e procurou asilo no Canadá. Raif está na prisão, já recebeu 50 chicotadas, e trata-se apenas de uma parte da sentença. Alguma vez olhou para trás e se perguntou se vale a pena?
Ensaf Haidar, mulher de Raif Badawi – “Estou convicta e tenho fé na causa de Raif, porque, em última análise, é um homem que se expressou de forma diferente. Estava no direito dele porque todo o ser humano tem o direito de se expressar. O importante é que esta liberdade de expressão é exercida de forma pacífica e que o discurso dele foi um discurso de paz. A arma é sempre uma caneta. Por isso, repito, estou convicta e tenho orgulho no que Raif fez. Orgulho-me por ter tido a coragem de se expressar de forma pacífica.”