O analista político Mario Telo, da Universidade Livre de Bruxelas, defende o reforço do chamado eixo franco-alemão e vê como positiva a decisão do Partido Social-Democrata alemão de manter as negociações para formar parte do governo de Angela Merkel.
O primeiro-ministro português saudou, segunda-feira, a abertura de conversações para uma nova coligação de centro, na Alemanha, aprovada pelo partido de centro-esquerda, no domingo.
Num artigo de opinião no jornal New Westfälische, António Costa disse que tal governo pode criar "novas oportunidades para o progresso e a mudança na Europa".
Esta ideia é partilhada por Mario Telo, da Universidade Livre de Bruxelas, que defende o reforço do chamado eixo franco-alemão.
"Foi dada a luz verde para um reavivamento da União Europeia, de acordo com os planos da França e de todos aqueles que fazem parte do núcleo duro europeu, defendendo uma Europa a várias velocidades", referiu o investigador em Ciência Política.
"É muito importante porque Martin Schulz é muito mais próximo de Emmanuel Macron do que Angela Merkel e isso facilitará um bom entendimento com Macron e a França", acrescentou.
Mas o analista tem um conselho para Martin Schulz, já que apenas 56% dos congressistas do Partido Social-Democrata alemão aprovaram a decisão, este domingo, temendo perdas futuras nas urnas.
"Martin Schulz deverá aprender a lição e evitar aquilo que aconteceu com o anterior governo de coligação, no qual Angela Merkel se apropriou muito mais dos benefícios da aliança do que o SPD. Esse passado explica que uma parte da base do partido se oponha à renovação da grande coligação", explica Telo.
Quem está satisfeita é, naturalmente, Angela Markel, já que o país terá de ir novamente a eleições, caso a atual negociação não chegue a bom porto, como aconteceu na tentativa de se aliar aos liberais e aos verdes.