Diversidade linguística em queda na UE?
Em setembro celebra-se a diversidade na forma de comunicar com o Dia do Multilinguismo, a 28, e o Dia Internacional da Tradução, a 30. Mas mesmo em Bruxelas, capital das instituições comunitárias, a diversidade está a perder-se.
"Existe um regime monolinguístico que é anglófono. Aqui, se não falar em Inglês - pelo menos a chamada versão Inglês internacional -, então uma pessoa não existe", disse Jean Quatremer, correspondente em Bruxelas do jornal francês Libération.
Na União Europeia existem 513 milhões de pessoas, sendo que em termos de língua materna:
- 18% falam em Alemão
- 13% falam em Inglês
- 13 % falam em Italiano
- 12% falam em Francês
Mas são 24 as línguas oficiais das instituições comunitárias e o executivo europeu diz ser necessário alimentarem essa diversidade na comunicação.
"Penso que 25% dos funcionários europeus que trabalham em Bruxelas são tradutores e intérpretes, porque todos os cidadãos europeus devem ter a oportunidade de comunicar com as instituições europeias na sua língua materna", afirmou Johannes Hahn, comissário europeu para a Vizinhança e Alargamento.
Inglês e Francês são as duas línguas de trabalho, habitualmente, usadas pelos porta-vozes da Comissão Europeia e uma jornalista alemã diz que as culpas não são apenas das instituições.
"Na verdade, é também culpa de todos os alemães que não se fale mais alemão. Os políticos alemães ficam satisfeitos de falar noutra língua, nomeadamente o Inglês, que mostram como são poliglotas. Mas devíamos, efetivamente, insistir em que se falasse mais em alemão", defendeu Heide Newsom, correspondente em Bruxelas do jornal online Grenz-Echo.
As sessões plenárias do Parlamento Europeu podem ser seguidas com tradução para as 24 línguas oficiais da União. Muitas reuniões e conferências de imprensa são feitas, também, com recurso a intérpretes para várias línguas.
Com o Brexit, deverão aumentar os pedidos para que haja recurso a mais línguas da União que não o Inglês.