UE lança plano de inclusão da comunidade de etnia cigana

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De  Joao Duarte Ferreira
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O novo plano visa combater os números elevados de discriminação e falta de escolaridade predominantes no seio da comunidade de etnia cigana

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A comunidade Roma, de etnia cigana, residente na Europa vive à margem da sociedade.

Desde jovens que muitos são alvo de discriminação. A maioria tem acesso deficiente a educação devido a pobreza, exclusão e racismo.

O resultado são perspectivas de futuro pouco animadoras.

Os números são alarmantes:

41% de elementos da etnia cigana foram alvo de discriminação nos últimos cinco anos;

85% de crianças desta etnia correm risco de pobreza em comparação com 20% das crianças no resto da população.

Por último, 62% dos jovens não se encontram na escola, a trabalhar ou em formação em comparação com 10% dos jovens na população em geral.

A União Europeia criou um plano de inclusão de 10 anos na sociedade em geral e cujo objetivo é terminar com a discriminação.

"O nosso objetivo é criar igualdade e obviamente para estas comunidades e sociedades se tornarem um dia inclusivas e iguais. Mas existem problemas, muito, muito sérios porque, por exemplo, a realidade é que menos de 50% da comunidade de etnia cigana se encontra empregada. Assim o ciclo repete-se, mais problemas na escola, recusa em enviar as crianças à escola ou a segregação das crianças na escola", defende comissária europeia Helena Dalli

Já no passado, a União Europeia tentou apoiar as comunidades de etnia cigana através do recurso às autoridades locais mas muitos recusaram-se a ajudar devido à possível desaprovação dos eleitores.

"A política por detrás desta estratégia é o problema. Os governos não têm vontade política suficiente para implementarem o que já existe. Não é verdade que não conhecemos as soluções. As soluções estão à vista de todos. Mas os governos não têm vontade política para implementarem as medidas porque receiam que qualquer ato positivo que façam se traduza na perda de votos nas eleições seguintes" diz Zelijko Jovanovic, diretor do gabinete de iniciativas Roma da organização Open Society.

O eurodeputado alemão Romeo Franz, proveniente da comunidade de etnia cigana, afirma que acompanhar a implementação do novo quadro europeu é fundamental uma vez que existem receios de que o dinheiro destinado a combater o racismo não chegue às pessoas que mais necessitam dele.

"A corrupção é um dos maiores problemas que enfrentamos. E temos que lutar contra a corrupção. Isso só é possível com acompanhamento. Só assim é possível ver onde o dinheiro é empregue. Foi este problema que já enfrentamos no passado onde apenas uma pequena parte do dinheiro chegou às pessoas que dele necessitavam. O resto do dinheiro foi roubado", afirma o eurodeputado alemão Romeo Franz, dos Verdes/European Free Alliance.

A Comissão Europeia afirma que os diferentes estados-membros serão agora acompanhados na implementação do plano.

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