O país já tem armazenadas mais de dez mil doses de vacinas, até porque logisticamente o processo é facilitado pelo facto da fábrica da Pfizer se encontrar na Bélgica.
A Bélgica é um dos países da União Europeia onde são maus audíveis as criticas sobre lentidão no processo de vacinação contra a Covid-19.
Há cerca de um mês que o governo tinha anunciado que o processo começaria a 5 de janeiro, mas esperava-se que fosse antecipado porque começou a 27 de dezembro em muitos países.
Após um teste piloto, na semana passada, que vacinou menos de mil pessoas, o governo criou uma nova equipa de peritos para acelerar o processo.
"Estamos a fazer o melhor que podemos. É claro que pode haver críticas e eu sei que as pessoas criticam o facto de que escolhemos vacinar primeiro os que vivem nas residências de idosos, alegando que se deveria ter começado pelos profissionais de saúde. Mas os idosos são os mais vulneráveis", explicou Corinne Vandermeulen, professora no Departamento de Virologia da Universidade da Lovaina.
O país já tem armazenadas mais de dez mil doses de vacinas, até porque logisticamente o processo é facilitado pelo facto da fábrica da Pfizer se encontrar na Bélgica.
As regras de confinamento são das mais restritivas na Europa. Apesar de algum relaxamento na época das festas, as taxas de infeção e de mortalidade no país, com dez milhões de habitantes, estão a diminuir consistentemente.
"O facto de termos que esperar quase um ano para sermos vacinados é provavelmente aquilo que nos impede de sentir uma certa euforia", disse um residente. "Espero que, logo que a vacina seja aplicada na maior parte da população, tenhamos uma espécie de passaporte dourado para a vida normal. Tento acreditar nisso", disse outra.
O país, administrativamente muito compartimentado em três regiões com grande autonomia, tenta não se atrasar no panorama europeu.