NATO inquieta com movimento russo junto à Ucrânia

NATO inquieta com movimento russo junto à Ucrânia
Direitos de autor  VASILY MAXIMOV/AFP
De  Isabel Marques da Silva  & Andrei Beketov

O governo ucraniano está genuinamente preocupado, o que conduziu a uma grande movimentação diplomática na NATO.

O governo russo alega que as tropas que concentrou junto à fronteira com a Ucrânia e a península da Crimeia são regulares rotinas de supervisão militar. Contudo, a NATO avisou o Kremlin para parar com o que classifica de comportamento agressivo.

Tendo em conta a anexação de território ucraniano em 2014, há temores sobre novas incursões, mas um analista militar russo independente, Alexander Golts, desvaloriza o caso como sendo mera tática política: "Não creio que a Rússia esteja a planear iniciar uma guerra, mas antes a chantagar os países ocidentais com a ameaça de uma eventual guerra". 

"Ao usar a possibilidade de uma guerra com a Ucrânia como moeda de troca, a Rússia quer suavizar as iminentes sanções ocidentais, algo que é esperado para breve", acrescentou, em entrevista à euronews.

O governo ucraniano está genuinamente preocupado, o que conduziu a uma grande movimentação diplomática na NATO.

A Ucrânia quer ser um Estado-membro da Aliança Atlântica, mas tal poderia ser um golpe fatal para o já difícil equilíbrio geopolítico entre o Ocidente e a Rússia.

A NATO deverá mostrar-se prudente, mesmo tendo os EUA voltado a assumir maior empenho na aliança.

"Ouvimos esta linguagem forte da NATO, um discurso similar contra Moscovo, em 2014, e tem-se mantido desde então. Não teve nenhum efeito do ponto de vista militar. Penso que a Rússia ficará preocupada se receber algum sinal de que, desta vez, o Ocidente pretende reforçar a ajuda militar ao governo de Kiev. A bola estará, então, novamente no terreno da Rússia. E o mundo ficará atento à reação da Rússia", explicou Brooks Tigner, jornalista especialista em NATO.

Os peritos avisam que condições meteorológicas não permitem, neste momento, fazer grandes operações terrestres na região do Donbass, mas a NATO defende um recuo russo o mais rapidamente possível.

Notícias relacionadas