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Eurodeputados votam a favor do fim do uso de gaiolas na pecuária

Eurodeputados votam a favor do fim do uso de gaiolas na pecuária
Direitos de autor JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP
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Resolução aprovada no Parlamento Europeu com 558 votos a favor, 37 contra e 85 abstenções

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Em nome do bem-estar animal, o Parlamento Europeu votou de forma esmagadora (558 votos a favor, 37 contra e 85 abstenções) a favor da eliminação progressiva do uso de gaiolas na pecuária.

Os eurodeputados manifestaram o apoio à campanha de cidadania europeia "End the Cage Age." Lançada em setembro de 2018, a petição reuniu cerca de 1,4 milhões de assinaturas em pelo menos 18 Estados-membros da União Europeia.

"Estimamos, e este é um número bastante conservador, que na Europa, por ano, mais de 300 milhões de animais de criação, passam grande parte ou toda a vida em gaiolas", sublinhou, em entrevista à Euronews, Olga Kikou, da organização de campanha e lobby para o bem-estar animal "Compassion in World Farming" e uma das cidadãs à frente da iniciativa.

Os produtores animais acompanham o debate com um misto de interesse e apreensão. Na prática, uma supressão implicará rever o desenvolvimento das explorações.

"Estes investimentos podem facilmente atingir as centenas ou milhares de euros, para não dizer milhões. Não se trata de um ponto de vista individual. Estamos a falar de um grande investimento e simplesmente não podemos decidir como avançar. A decisão é muito mais a do gestor do banco que dá as ordens, sobre o que se pode ou não fazer", explicou Pekka Pesonen, secretário-geral da COPA-COGECA.

A organização que representa os produtores pecuários quer colaborar com as instituições europeias. No entanto, faltam respostas para perguntas como a duração do período de transição ou o montante de ajuda financeira.

A COPA-COGECA lamenta o facto de se tratar de uma abordagem demasiado abrangente, sem ter em conta as especificidades de cada produção e região.

"O que acontece no sul da Europa provavelmente já não é o mesmo do que se passar no norte da Europa. Na minha Finlândia natal temos temperaturas até 30 graus negativos. É óbvio para todos nós que os animais têm de estar enclausurados para os protegermos dos elementos naturais. Estas adaptações, condições setoriais e específicas de produção, estão completamente ausentes da iniciativa", lembrou Pekka Pesonen.

A COPA-COGECA acrescenta que o desaparecimento das gaiolas poderá provocar um aumento nos custos de produção e uma perda colateral de competitividade para os produtores europeus.

Por outro lado, os defensores do bem-estar animal sublinham que a iniciativa se insere no quadro da estratégia do "Prado ao Prato", da Comissão Europeia.

"Com a criação em gaiolas e afastando-nos da criação em gaiolas esperamos caminhar para uma agricultura animal mais sustentável. E por último, não menos importante, estamos completamente certos de que o afastamento deste tipo de criação está alinhado com a estratégia do 'Prado ao Prato que esta Comissão apoia", ressalvou Olga Kikou, da organização "Compassion in World Farming."

Os eurodeputados pedem à Comissão a realização de um estudo de avaliação e um período de transição para uma possível implementação das alterações em 2027.

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