Preço do visto de turismo para russos será mais do dobro

Ylva Johansson, Comissária Europeia para os Assuntos Internos diz que turismo "não é um direito fundamental"
Ylva Johansson, Comissária Europeia para os Assuntos Internos diz que turismo "não é um direito fundamental" Direitos de autor AP Photo/Pascal Bastien
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De  Méabh Mc MahonIsabel Marques da Silva
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Preço do visto de turismo para russos será mais do dobro. Ylva Johansson, Comissária Europeia para os Assuntos Internos diz que turismo não é um direito fundamental.

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Em breve os cidadãos russos que pedirem vistos turísticos para entrarem em países da União Europeia (UE) poderão ter de pagar mais e esperar mais tempo.A Comissão Europeia apresentou, hoje, a proposta sobre a suspensão do acordo de facilitação de vistos entre a União Europeia e a Rússia, que vigora desde 2007.

O executivo europeu deu, assim, seguimento ao pedido dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros, que se reuniram, na semana passada, na capital da Chéquia.

"Ser um turista na UE não é um direito fundamental. A Comissão adotou uma proposta para suspender totalmente o acordo de facilitação de vistos da UE com a Rússia", disse Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos, hoje, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

"Neste momento, não existe nenhuma base de confiança, nenhuma base para uma relação privilegiada entre a UE e a Rússia. Esta suspensão significará que os cidadãos russos deixarão de ter acesso privilegiado à UE", concluiu. 

A proposta prevê que os requerentes de vistos:

  • Paguem uma taxa de 80 euros em vez de 35 euros
  • Espem entre 15 a 45 dias para obter a decisão, quando antes eram 10

As restrições não se aplicarão aos cidadãos que peçam proteção por se sentirem perseguidos pelo regime do presidente Putin.Tem sido o caso de jornalistas, dissidentes políticos, ativistas dos direitos humanos, entre outros.

Alguns eurodeputados, comoSergey Lagodinsky, dos verdes alemães, consideram que é um gesto de alcance simbólico: "Qualquer pessoa que pense que só porque alguns cidadãos não poderão passear em Paris ou fazer compras em Berlim, os russos se vão rebelar contra o governo são ingénuos, na melhor das hipóteses". 

"Esta medida tem um simbolismo importante, é um lembrete para alguns dos nossos adversários russos - já nem lhes podemos chamar parceiros - sobre a responsabilidade pessoal de muitos deles", disse, em entrevista à euronews.

De acordo com a agência Frontex da UE, mais de um milhão de cidadãos russos viajaram para países da UE desde fevereiro, a maioria através da Finlândia e da Estónia.

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